"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

sábado, 28 de novembro de 2009

Jordânia - Uma nova velha história

A Jordânia é um país novo com uma longa história. Nascida das ruínas da Segunda Guerra Mundial, o país atual está a leste do Rio Jordão e pode ostentar o fato de ter hospedado algumas das mais antigas civilizações do mundo.
A região nunca foi o centro de um grande império, mas sempre parte de algum, pois sua posição estratégica assegurou que todas as grandes recentes civilizações (egípcios,israelitas, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, muçulmanos árabes, cruzadas cristãs, turcos otomanos e, finalmente, os britânicos) passassem por lá. Estas construiram cidades, comércios e lutaram guerras nesta região, deixando ricas influências culturais.
Existem evidências arqueológicas do que provavelmente foram as primeiras cidades do mundo, datadas de 9000 a.C. Não existem muitos registros do que ocorreu nesta época remota. Por volta de 2500 a.C.,os Semitas formaram uma colônia ao redor do rio Jordão em uma área chamada Canaã
Entre as várias civilizações que se estabeleceram nesta região, e invasões como a dos babilônios de Alexandre o Grande, a presença mais expressiva é a dos nabateus, um povo nômade que constrói uma próspera civilização na área, beneficiando-se do controle das importantes rotas de caravanas localizadas na região.
Durante a invasão bizantina, entre os séculos III e IV d.C., muitas igrejas foram construídas na região. No século VII, forças islâmicas, cada vez mais crescente na região, suplantaram o poder bizantino, criando o estado com capital em Damasco, na Síria, alterando a religião e a língua, do grego para o árabe.
As invasões seguem ocorrendo ao longo dos séculos, como é comum na história destes países. Entre os eventos mais marcantes, pode-se mencionar a alternancia de poder entre os cruzados e islâmicos. Depois com a chegada dos mongóis. E finalmente com a ocupação dos turcos otomanos do seculo XV até a 1. guerra mundial.
No fim da Primeira Guerra Mundial, o território que agora compreende Israel, Jordânia, o Banco do Oeste, a Faixa de Gaza e Jerusalém foi concedido ao Reino Unido, assim como o controle da Palestina e Transjordânia. Em 1922, a Grã-Bretanha dividiu o controle estabelecendo o semi-autônomo Emirado da Transjordânia, regido pelo príncipe Hashemita Abdullah, enquanto continuou a administração da Palestina sob um alto comissário britânico. O domínio sob a Transjordânia acabou em 22 de Maio de 1946; em 25 de Maio, o país tornou-se o independente Reino Hashemita da Transjordânia. O tratado especial de defesa com o Reino Unido acabou em 1957.

A Transjordânia foi um dos Estados árabes que se moveu para ajudar os nacionalistas Palestinos contrários à criação de Israel em Maio de 1948, e tomou parte na guerra entre os estados árabes e o recentemente fundado Estado de Israel. O armistício de 3 de Abril de 1949 deixou a Jordânia com o controle da Cisjordânia e garantiu que as linhas de demarcação do armistício não prejudicariam futuras conlonizações territoriais ou fronteiras.
Em 1950, o país foi renomeado para “o Reino Hashemita da Jordânia” para incluir aquelas porções da Palestina anexadas pelo Rei Abdullah. Enquanto reconhecia a administração jordaniana sobre a Cisjordânia, os EUA mantiveram a posição que a soberania definitiva era assunto para um futuro acordo.
A Jordânia assinou um pacto de defesa mútua em Maio de 1967 com o Egito, e participou na guerra de Junho de 1967 entre Israel e os Estados árabes de Síria, Egito e Iraque. Durante a guerra, Israel ganhou o controle da Cisjordânia e toda Jerusalém. Em 1988, a Jordânia renunciou todas as reivindicações sobre a Cisjordânia, mas reteve um papel administrativo sob uma colonização final, e o tratado com Israel permitiu a continuidade do papel jordaniano nos lugares sagrados dos muçulmanos em Jerusalém. O governo dos EUA considera a Cisjordânia como um território ocupado por Israel e acredita que o estado final seja determinado através de negociações diretas entre as partes nas bases das resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU.
A Guerra de 1967 trouxe um dramático aumento do número de palestinos vivendo na Jordânia. A população de refugiados – 700 000 em 1966 – cresceu com outros 300 000 da Cisjordânia. O período que após a guerra de 1967 viu um aumento no poder e importância dos elementos da resistência Palestina (fedayeen) na Jordânia. Os fortemente armados fedayeen constituíram uma crescente ameaça à soberania e segurança do estado Hashemita, e a luta aberta eclodiu em junho de 1970.
Outros governos árabes tentaram contribuir para uma solução pacífica, mas em Setembro, a continuidade das ações fedayeen na Jordânia obrigou o governo a tomar uma ação para reaver o controle sobre sua população e território. Na luta pesada seguinte, uma força de tanques sírios tomou posições no norte da Jordânia para apoiar os fedayeens, mas foi forçada a recuar. Em 22 de setembro, ministros do exterior árabes reunidos no Cairo conseguiram um cessar-fogo começando no dia seguinte. Violências esporádicas continuaram, entretanto, até que as forças jordanianas obtiveram uma vitória decisiva sobre os fedayeen em Julho de 1971, expulsando-os do país.
Nenhuma luta ocorreu ao longo da linha do cessar-fogo do Rio Jordão de 1967 durante a guerra árabe-israelita de Outubro de 1973, mas a Jordânia mandou uma brigada para a Síria para lutar contra as unidades israelenses. A Jordânia não participou da Guerra do Golfo de 1990-91. Em 1991, A Jordânia aceitou, juntamente com representantes da Síria, Líbano e Palestina, participar de negociações de paz diretas com Israel mediadas por Estados Unidos e Rússia. Foi negociado o fim das hostilidades com Israel e assinado um tratado de paz em 25 de Julho de 1994. Desde então, a Jordânia procura ficar em paz com todos os seus vizinhos.

Sobre o Oriente Médio...

Este post deveria ter saído antes de entrarmos no Egito, mas como não tínhamos a intenção de nos aprofundar mais no Oriente Médio, não me preocupei em estudar sobre o assunto. Como agora mudamos os planos, aí vai alguma coisa sobre esta tão polêmica região.
O Oriente Médio (em árabe, ash-sharq-al-awsat) é um termo que se refere a uma área geográfica à volta das partes leste e sul do Mar Mediterrâneo. É um território que se estende desde o leste do Mediterrâneo até ao Golfo Pérsico. O Oriente Médio é uma sub-região da África-Eurásia (partes da Turquia estão na Europa, e o país é considerado por alguns como parte da última), sobretudo da Ásia, e partes da África Setentrional. Comparada com o restante da Ásia, é uma região geograficamente pequena, com uma área aproximada de 7 200 000 km². A população do Oriente Médio é de 270 milhões de habitantes.
O termo Oriente Médio define uma área de forma pouco específica, ou sem definição de fronteiras precisas. Geralmente considera-se incluir:
Arábia Saudita, Bahrein, Chipre, Egito, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Irã, Iraque,Jordânia, Kuwait, Líbano, Palestina, Omã, Qatar, Síria e Afeganistão.
Destes, os únicos países não totalmente asiáticos são o Egito (que tem seu território da Península do Sinai na Ásia mas é majoritariamente africano) e a Turquia (majoritariamente asiático, mas com a Trácia incluída na Europa).
O Paquistão é considerado parte interseccional entre o Subcontinente Indiano e a Ásia Central, mas raramente no Oriente Médio.

Aspectos físicos

O clima predominante no Oriente Médio é seco (desértico) e a região apresenta poucos rios. Os maiores e mais importantes são o Tigre e o Eufrates, entre os quais há a Mesopotâmia, região muito fértil para a agricultura e berço da civilização mesopotâmica. Além do Nilo, no Egito.
Mesmo atravessando uma região árida, de poucas chuvas, os rios Tigre e Eufrates não secam, porque suas nascentes encontram-se numa região de muita chuva na Turquia. A água é um recurso natural muito escasso no Oriente Médio. Há previssões de que nesse século haverá muitas guerras e conflitos pela posse da água. Muitos países precisam importá-la ou dessalinizar água do mar para obter água potável. Essas medidas, contudo, são caras.
Aspectos populacionais
O Oriente Médio destaca-se pela variedade de etnias, origens, com culturas e religiões diversas. A etnia predominante é a árabe. Israel,Turquia e Irã são países não árabes.
Religião
A religião predominante no Oriente Médio é o islamismo. Existe a adoração a Alá e a população segue os ensinamentos do profeta Maomé, registrados no Alcorão, o livro sagrado. Para os muçulmanos, Meca, na Arábia Saudita, é uma cidade sagrada.

Aspectos econômicos

O Oriente Médio está sobre uma dobra tectônica que se inicia na Mesopotâmia e se prolonga até o Golfo Pérsico. Nela, encontra-se uma magnífica reserva de petróleo, que representa 60% das reservas mundiais desse minério.
Os principais países exportadores de petróleo são: Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos. As elevadas rendas per capita do Kuwait e da Arábia Saudita revelam que esses países obtêm muito lucro com a venda de petróleo. O petróleo é uma riqueza estranha ao Oriente Médio. Suas nações, por vezes ricas, possuem uma população miserável. O homem comum não é beneficiado com os lucros obtidos pelos governos com o mineral. A população dos países é, em geral, pobre, fato que decorre da má distribuição de renda. Os países exportadores de petróleo formam a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), hoje formada pelos países: Arábia Saudita, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar e Venezuela.

Agropecuária

A atividade econômica tradicional do Oriente Médio é o pastoreio nômade. Destacam-se as criações de carneiros, cabras e camelos em áreas desérticas.
Na grande maioria dos países a agricultura é pouco desenvolvida, fato que se relaciona ao clima árido. Na Planície Mesopotâmica, também conhecida como "crescente fértil", cultivam-se frutas, arroz, trigo e cana-de-açúcar, utilizando-se a técnica de irrigação. Na região mediterrânea, destacam-se culturas comerciais como oliveira, fumo, trigo e tâmara. Em geral a atividade industrial não é forte.
Entretanto, Israel é uma exceção sendo uma nação muito industrializada e com agricultura forte e desenvolvida, dois dos motivos pelos quais é o único país do Oriente Médio que pertence ao grupo dos países desenvolvidos.

Política

O Oriente Médio permanece como uma das áreas mais instáveis do mundo, devido uma série de motivos que vão desde a contestação das fronteiras traçadas pelo colonialismo franco-britânico, até mais recentemente, a proclamação do Estado de Israel na Palestina em 1948, o que de imediato provocou uma primeira guerra árabe-israelense, onde Israel conseguiu repelir um ataque dos países árabes limítrofes. Mais três guerras seguiram-se entre as décadas de 1950 e 1970.
Em 1956, o Egito de Nasser nacionalizou o canal de Suez, provocando um ataque por parte de França e Inglaterra e a invasão israelense no Sinai e na faixa de Gaza. As forças dos três países foram obrigadas a se retirar, sob pressão da ONU, dos Estados Unidos e da União Soviética. Em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel atacou o Egito, a Jordânia e a Síria, numa ofensiva que lhe permitiu conquistar toda península do Sinai, até o canal de Suez, Gaza, Cisjordânia, Jerusalém e as colinas de Golã da Síria. Em 1973 durante o feriado judeu do Yom Kippur (Dia do Perdão), a guerra reiniciou-se, quando Egito e Síria fizeram uma ofensiva surpresa que encontrou um contra-ataque fulminante por parte de Isarael.
Contudo as últimas décadas do século XX, apontam uma efetiva saída diplomática para um conflito que parecia não ter fim . A Intifada, movimento de rebelião palestina nos territórios ocupados, iniciada em 1987, juntamente com as pressões internacionais e a ação diplomática da OLP, levaram Israel a propor uma iniciativa de paz em 1989 que previa a eleição de representantes palestinos nos territórios ocupados , encarregados de encaminhar negociações com o Estado judeu. Com a vitória dos trabalhistas em Israel nas eleições de 1992, liderados por Ysaac Rabin e Shimon Peres, foram iniciadas negociações bilaterais diretas, conduzidas em absoluto sigilo na Noruega, entre diplomatas israelenses e representantes da OLP, que resultaram pela primeira vez no reconhecimento mútuo palestino-israelense.
Em maio de 1994 o primeiro ministro israelense Ysaac Rabin e o lider da OLP Yasser Arafat assinaram no Cairo um acordo sobre a autonomia palestina na faixa de Gaza e Jericó. Paralelamente, e sempre com ajuda dos Estados Unidos, Israel tenta intensificar conversações de paz com outros países árabes. O assassinato de Rabin por um judeu de extrema direita em novembro de 1994, colocou em risco o processo de paz no Oriente Médio. O chanceler Shimon Peres assumiu o cargo de primeiro ministro e em meio a atentados de ambas as partes comprometeu-se em dar continuidade às negociações com a recém constituída Autoridade Nacional Palestina, presidida por Yasser Arafat. Entretanto, as eleições de outubro de 1996 deram a vitória apertada ao candidato do Likud (partido de direita reticente aos acordos de paz) Benyamim Netenyahu. Desde então, o processo de paz encontrou mais dificuldades, apesar das pressões internacionais contra a intransigência do novo governo e sua política de incentivo ao estabelecimento de novas colônias judaicas em territórios árabes ocupados.

O Oriente Médio também foi abalado pela guerra entre o Irã e o Iraque entre 1980 e 1988. Perdendo o controle de navegação no canal de Chatt al-Arab, principal escoadouro de sua produção petrolífera, e sentindo-se ameaçado pela revolução islâmica no Irã (55% dos iraquianos são muçulmanos xiitas), o Iraque invadiu o Irã em setembro de 1980. A guerra teve várias reviravoltas, inclusive com utilização de armas químicas, fazendo mais de um milhão de mortos, (600 mil iranianos) e deixando os países economicamente destruídos, embora ainda fortemente armados.
Apesar do acordo de cessar-fogo, o clima político da região continuou explosivo e, em 2 de agosto de 1990 as tropas iraquianas invadiram, ocuparam e anexaram o Kuwait (Guerra do Golfo) provocando a intervenção internacional com o aval do Conselho de Segurança da ONU, e a derrota do Iraque que ainda mais tarde, teve que aceitar a criação de zonas de exclusão aéreas, no sul, com maioria de xiitas e no norte, com maioria de curdos. Estes, formam nesse final de século, o maior grupo étnico sem Estado. Uma verdadeira nação sem país com mais de 25 milhões de pessoas espalhadas e discriminadas por vários países do Oriente Médio. Mais um fator de preocupação nesta região, tão castigada nas últimas décadas.

 

Índice Brasileiros no Egito

Eu quero fazer um post especial só para falar dos brasileiros que encontramos aqui no Egito, pois eles são especiais.

Primeiro teve a Paula, que é amiga da minha prima, e que agora é nossa amiga também. Ela acolheu a gente tão bem lá, não só com dicas, mas nos convidou para ficarmos na casa dela e apresentou um monte de gente legal. Ale’m disto tudo, ela é um amor de menina, e temos muitos gostos em comum.

Encontramos o Rogério, em Dahab, que virou nosso amigo também, e além de nos divertir com suas histórias malucas, quebrou um galhão levando umas fotos para o Brasil, economizando nossa paciência (que seria muito gasta se fossemos usar o correio egípcio!).

E, depois da grande coincidência de estar no mesmo hotel que um brasileiro, chegou o Juliano, que também está fazendo a volta ao mundo, mas já tá no finalzinho.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eid al Adha

Eid ul-Adha  é um festival muçulmano que marca o fim do Hajj ou peregrinação a Meca. Acontece no décimo dia do último mês do calendário islâmico (Dhu al-Hijjah ). É celebrado pelos muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abrãao) em sacrificar o seu filho Ismail conforme a vontade de Deus. Neste ano, o feriado é dia 28 de novembro, mas as comemorações já começaram

A comemoração, que lembra o sacrifício de Ibrahim, dura até quatro dias. No primeiro dia, homens, mulheres e crianças vestem as melhores roupas que possuem e realizam o salá (a oração) numa grande congregação.

Todos os muçulmanos que possuem meios económicos devem sacrificar carneiros como forma de lembrar o acontecimento. Em alguns casos em vez de carneiros sacrificam-se bodes, bois e camelos. É condição obrigatória que o animal seja macho, adulto e saudável. A carne que resulta destes sacrifícios é distribuída por familiares, vizinhos e pobres.

Os muçulmanos que vivem em alguns países em que a legislação estabelece que os animais devam ser abatidos em matadouros ficam impossibilitados de realizar este festival da forma tradicional. Estes muçulmanos optam por fazer donativos a organizações que executam o sacrifício em seu nome e distribuem a carne entre os pobres de um país escolhido pelo doador.

Faz parte dessa comemoração, visitar amigos e familiares. Em algumas nações, por tradição cultural e não pelo Islam, algumas pessoas trocam presentes. Enquanto Eid al-Adha é sempre no mesmo dia do calendário islâmico, a data no calendário gregoriano varia de ano para ano desde que o calendário islâmico é um calendário lunar e o gregoriano é um calendário solar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Minha África

Só conhecemos uma pequena parcela do continente africano, mas deu para se ter uma idéia do que ela é. Mas com certeza é impossível caracterizá-la como uma coisa só.

A África é extremamante pobre, as necessidades mais básica são negadas a população. Porém, a pobreza aqui não afeta tanto nossos olhos, uma vez que no Brasil, a gente tá acostumado a ver este mesmo tipo de pobreza bem de perto. Para mim, a grande diferença é que nossa classe média é maior do que a deles, o que dá a impressão de que nossa pobreza é menor.

Do outro lado, as belezas naturais são indescritíveis, sem contar com a fauna riquíssima e bela que a gente encontrou aqui.

As pessoas são simpáticas, abertas a conversas e estão sempre sorridente, porém o assédio aos turístas é intenso, o que é comum em regiões pobres.

A locomoção de um país a outro, ou mesmo de uma cidade a outra é simples (desde que se possua um bom guia e viagem), mas é preciso bastante paciência para esperar por atrasos e outros inconvenientes.

Dos países que visitamos, a África do Sul, sem dúvida nenhuma, é o mais desenvolvido, e a Tanzânia, provavelmente, o mais pobre.

É possível encontrar certas facilidades, como Wi-Fi em hotéis e restaurantes, mas não se pode esperar muito (como achar um bom xampú).

O que posso dizer da comida, nos 4 países em que passamos, é que ela é comível, com excessão de Zanzibar, onde era maravilhosa, e da comida árabe no Egito.

Devido a grandiosidade do continente, há muita diferença climática, o que influencia nas características de cada região. Na Tanzânia e Quênia, que são pertos da linha do Equador, não existe muita preocupação, porém chuvas são uma constante, influenciando no ciclo turístico e na agricultura. Na África do Sul,as estações são bem definidas, o v erão quente e o inverno bem frio, e devido a forte colonização, a arquitetura lembra muito a européia, como casa preparadas para o frio e muitas lareiras. No Egito, o clima é desértico, apresentando fortemente as características deste tipo de clima.

Esta foi a primeira vez que viajei neste território, e gostei muito. Agora que as portas foram abertas, haverá muitos e muitos outros lugares a serem explorados. 

Meu Egito

O Egito é fantástico, porém muito contraditório. Em sua antiguidade, possuiam uma cultura riquíssima, que originaram em uns dos maiores tesouros da humanidade, mas perderam toda esta cultura, ou quase toda, quando o islasmismo foi imposto aqui. Hoje, os egípcios seguem as duras regras do islamismo, e vivem uma tradição árabe, completamente diferente das que existia no passado. Se antes as mulheres eram cultuadas como deusas e alguns até vieram a ser faraós, hoje elas mal podem sair de casa e estão destinadas a somente cuidar dos filhos, com excessão de algumas mulheres que vivem no Cairo, onde a mentalidade está lentamente mudando, e elas até podem frequentar a universidade, casar um pouco mais tarde, e usar calça jeans, mas mesmo assim estão submetidas a um regime completamente machista.

Além disto, eles não cuidam bem nem do que sobrou, nem que seja para atrair mais turístas e ganhar mais dinheiro. Muitos momumentos estão vandalizados e sujos. Até mesmo as famosas Pirâmides de Giza, onde observamos muito lixo misturados as pedras da Pirâmide.

Apesar de tudo isso, é um país incrível, onde vimos muitas coisas interessantes e maravilhosas. As pirâmides, os templos e tumbas de Luxor e Abu Simbel são monumentos lindos e muito bem preservados. Aqui dá para sentir como nós somos só um grãozinho de areia na história do mundo.

Sobre o turísmo, o que posso dizer é que é preciso ter muita paciência e senso de humor para levar tudo na esportiva, se você optar por fazer “mochilão” aqui. Até coisas mais básicas, como água no chuveiro de um quarto de hotel, podem virar uma dor de cabeça. Se sua viagem for no estilo tour organizado e comprado no Brasil, então não precisa se preocupar com nada, que seu guia é quem vai resolver todos os pepinos, que geralmente são muitos.

É possível comer bem aqui, principalmente (e isso tenho que dar o braço a torcer) graças a comida árabe, que é deliciosa, sem contar os doces. Porém, higiene e limpeza não é o forte dos egípcios (as ruas são muito sujas), e muita gente acaba com intoxicação alimentar, mas desta vez, nós saímos ilesos.

Os hotéis não são muito bons, não pela estrutura, que são simples como os outros onde ficamos na resto da África, mas pela falta de limpeza.

E sobre a grana, é um país extremamente barato para se viajar. É possível gastar bem pouco, mesmo pagando as entradas nos monumentos, que não são tão baratas assim. As coisas são tão baratas, que até conseguimos comprar nosso Netbook aqui.

Outro fato importante sobre o Egito é o clima. Nós viemos no inverno, e passamos bastate calor, porém as noites tende a serem mais frias. O clima aqui é extremamente seco e quente. Como grande parte do território egípcio é desértico, se faz maravilhas com qualquer pequena fonte de água. E o Egito ainda continua sendo a “Dádiva do Nilo”.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Egito – Mosteiro de Santa Catarina

126- Egito - St. Sinai - vista lateral

O Mosteiro Ortodoxo da Transfiguração (em memória da transfiguração de Jesus na presença de Moisés e Elias no sagrado Monte Tabor), mais tarde chamado de Santa Catarina, em honra à mártir cristã com aquele nome, foi construído no sopé do Monte Sinai129 - Egito - St. Katherin's - vista lateral , por ordem do imperador Justiniano I, entre os anos 527 e 565, à volta do local onde se pensa que existiria a sarça ardente151 - Egito - St. Katherin's - sarça ardente 162- Egito - St. Katherin's - sarça ardente , onde Moisés teria recebido as Tábuas da Lei . É atualmente o mosteiro cristão mais antigo ainda em uso para a sua função inicial166 - Egito - St. Katherin's - bandeira . A sua localização numa região desértica é característica da antiga tradição doascetismo.135- Egito - St. Katherin's - dentro

As suas características arquitetônicas são típicas da arte bizantina e, no seu interior, podem observar-se importantes peças de arte, incluíndo mosaicos árabes, ícones gregos e russos, pinturas ocidentais a óleo e em cera, mármores, esmaltes e ornamentos sacerdotais, incluíndo um relicário doado pela CzarinaCatarina I da Rússia no século XVII, e outro pelo Czar Alexandre II no século XIX.

161- Egito - St. Katherin's - detalhe lateral 

O mosteiro tem ainda a segunda maior colecção do mundo de iluminuras (a maior é a do Vaticano), com cerca de 3500 volumes em grego, copta, arménio, árabe, hebraico, Línguas eslavas e outros idiomas. O Codex Sinaiticus do século IV (actualmente no Museu Britânico) foi encontrado aqui, por volta do ano 1850.

171 - Egito - St. Katherin's - jardim

Existe ainda, dentro do mosteiro, uma pequena mesquita do século X ou XI e uma capela, chamada Capela de São Trifónio, onde se encontra a “Casa dos Crânios”, mas esta  não é aberta ao público.

Egito – Subindo o Monte Sinai

066 - Egito - Mt. Sinai -parede da igreja do cume
Saímos de Dahab às 23:40h, 40 minutos mais tarde do que o combinado. Conosco foram mais 12 pessoas, de diferentes nacionalidade, sexo e idade, mas todos com bastante sono, e, portanto, pouco comunicativos.
A viagem até o sopé da montanha durou mais ou menos 2 horas. Chegando lá, já deu para sentir a baixa temperatura que nos esperava no cume. A caminhada começou às 2:30h.
A caminhada em si, foi muito tranquila (nem dá para chamar de trekking!), mesmo sendo uma montanha alta (2288 m). O maior problema é a quantidade de pessoas092 - Egito - Mt. Sinai - fila na escadaria , a maioria delas sem nenhum preparo físico, subindo e atravancando o caminho. Muitas não aguentam o tranco (“e pedem leite” – como se fala lá em Botucatu) e acabam indo de camêlo, o que congestiona ainda mais a trilha.
Para chegar no cume, existem 2 caminhos, um é a tal da escadaria com os 3700 degraus134 - Egito - Mt. Sinai - escadaria descida , e o outro uma rampa em zigue-zague035 - Egito - Mt. Sinai , cheia de cafeterias032 - Egito - Mt. Sinai - Guia beduíno na Cafeteria . Nosso guia exigiu que o grupo todo subisse pela rampa, e na volta cada um poderia escolher seu caminho.
Chegamos no cume por volta das 4:30h, depois de muitas paradas, pois o grupo todo tem que andar junto, e o ritmo de caminhada era bastante desigual entre os componentes do grupo.
A frio era muito intenso, mas nós fomos bastante preparados065 - Egito - Mt. Sinai -JH MC auto foto , e nas quase 2 horas que faltavam para o nascer do sol, deu até para tirármos uma soneca. Mas quando acordamos, nosso Cantinho sossegado estava lotado de gente059 - Egito - Mt. Sinai -fiéis , fazendo muito barulho.
O nascer do sol aconteceu por volta das 6:10h, e foi lindo.
 055 - Egito - Mt. Sinai - nascer do sol  Depois ficamos mais uns 20 minutos no cume, tirando fotografias da belíssima paisagem que a formação rochosa desta região apresenta070 - Egito - Mt. Sinai , da igrejinha077 - Egito - Mt. Sinai - igreja e da mesquita073 - Egito - Mt. Sinai - mesquita no cume .
A descida foi rápida, mesmo porque escolhemos descer pela escadaria, que é mais difícil, mais bem menos movimentada104 - Egito - Mt. Sinai - construçao vazia .Chegamos ao sopé da montanha, por volta das 8 horas, e ficamos esperando até as 9 horas, para a abertura do Mosterio de Santa Catarina, ali localizado119- Egito - Katherin's monastery- vista aérea .

Egito – Monte Sinai

O Monte Sinai (também conhecido como Monte Horeb ou Jebel Musa, que significa “Monte de Moisés” em árabe) está situado no sul da península do Sinai, no Egito. Esta região é considerada sagrada por três religiões: cristianismo, judaísmo e islão.

É um pico de granito com uma altura de 2288 metros onde, segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés teria recebido as Tábuas da Lei, embora não haja evidências arqueológicas diretas da passagem daquele profeta na região. No entanto, essa tradição é tão antiga que, ao longo dos séculos, foram sendo construídos sobre o monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros da cultura religiosa.

No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas duma igreja do século XVI. Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna Musa”, que significa, em árabe, “O Caminho de Moisés”.

750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão e os 70 sábios teriam esperado, enquanto Moisés recebia as Tábuas da Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, onde se acredita que aquele profeta passou 40 dias e noites em comunhão com Deus. A noroeste deste ponto, encontra-se o monte Safsaafa, onde viveram eremitas bizantinos, como São Gregório e, logo abaixo deste pico, encontra-se a planície de ar-Raaha, onde os israelitas teriam acampado enquanto Moisés subia à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo.

Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali contruir uma igreja, a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos ataques debeduínos, o imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.

Conta-se também que o profeta Maomé teria visitado a região e, tendo sido bem tratado pelos monges ortodoxos, prometeu-lhes a sua protecção, o que se tornou uma orientação para todos os muçulmanos daí para a frente.

Sarça Ardente

150 - Egito - St. Katherin's - sarça ardente

A Sarça Ardente, a Acácia "Seneh"155 - Egito - St. Katherin's - sarça ardente que ateada de fogo não se consumia, ou seja, não se queimava, segundo consta na Bíblia , aparece no capítulo 3 do livro de Êxodo nos versículos de dois a quatro na qual estava Moisés apascentando o rebanho e os levou para trás do deserto, e chegou a Horebe (Mt. Sinai), o monte de Deus:

"E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia; pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se queima. E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui".

Deus apareceu no meio da sarça e apartir daí Deus orientou Moisés de como tirar o povo de Israel da escravidão de Faraó no Egito.

Foi em virtude deste acontecimento misterioso que Moisés passou a referir-se ao Senhor Deus, "Ehyeh" ou "Ehyeh-Asher-Ehyeh" como o que habita na sarça o que fez pela primeira vez durante a bênção das tribos de Israel (Deuteronômio 33:16).

165 - Egito - St. Katherin's - mc no monasterio

Muitos estudiosos atribuem a este episódio o fato de os Hebreus terem especial apreço pela árvore da Acácia, sendo que todo o mobiliário sagrado do Tabernáculo e , inclusive, a própria Arca da Aliança (que representava a presença de Deus na terra) teve como matéria-prima principal a madeira da sarça (Acacia nilotica, "Shittim")a qual foi indicada a Moisés nas revelações divinas.

sábado, 21 de novembro de 2009

Relógio na estação de metrô no Cairo

E aí? Alguém sabe que horas são?IMG_0256

Egito – Dahab

022  Egito - dahab - praia e centro

Dahab é a nossa última parada no Egito, daqui seguiremos para a Jordânia.

Está localizada no litoral da região do Sinai, envolta por desertos e montanhas, e às margens do Mar Vermelho. Para chegar aqui, passamos pelo famoso (e conflituoso) Canal de Suez, que nada mais é do que um túnel.

O recife de coral formado nesta região atrai mergulhadores do mundo inteiro, e a cidade gira em torno do mergulho, em todos os lugares estão os mergulhadores028  Egito - dahab - curso de mergulho , com suas parafernalhes, e o mar está sempre cheio de aprendizes e professores003 Egito - dahab - curso de mergulho . Em contrapartida, o vento atrai os praticantes de Windsurf.

015  Egito - dahab - windsurf

A cidade é bastante turística024  Egito - dahab - calçadão , muito diferente do resto do Egito, com muitos restaurantes a beira-mar025  Egito - dahab - restaurante 029  Egito - dahab - restaurante , bons hotéis, e inúmeras lojas de souveniers e equipamentos de mergulho. Além disso, é bem limpa.

Como estamos no inverno, a água está um pouco gelado, reparem na cara do Julio entrando na água017  Egito - dahab - Julio entrando na água fria .

  Depois de 3 semanas muito agitadas, nos mais diferentes cenários do Egito, paramos aqui para descansar por alguns dias, e nossa situação não é nada ruim, olhem de onde estou fazendo este post030  Egito - dahab - Ciça blogando

(ah! No meu colo, está nossa nova aquisição!Não repararam que o blog voltou a ter acentuação...).

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mudança no roteiro número 35

Como alguns podem ter percebido, estamos um pouco fora do roteiro inicial, ficamos mais tempo na Tanzânia, menos no Quênia, mais no Egito, e muitas outras mudança de planos, como cidades não visitadas, atividades incluídas, e assim vai. O que é muito natural, em viagens deste tipo.
Mas agora faremos uma mudança bastante radical, não iremos mais para o Leste Europeu e a Rússia. Foi uma decisão difícil, já que esta região é muito bonita e interessante. Em contrapartida, estenderemos nossa visita pelo oriente médio, acrescentando a Síria e, provavelmente, o Líbano.
Colocamos muitos argumentos na balança. Decidimos que ficar por aqui seria a melhor opção, pois gastaríamos menos dinheiro com o deslocamento, uma vez que nosso vôo para China, em janeiro, sairá de Istambul. Viajar no Oriente Médio é mais barato que na Europa, a Rússia é caríssima, e além do mais, estamos gostando muito daqui.
Então o roteiro ficará assim: Egito – Jordânia – Síria – Líbano – Turquia  - China – o restante AINDA está igual.

FUTEBOL NO EGITO

Por Julio Henrique
Em todos os paises que passamos, quando descobriam que éramos brasileiros, a reação era quase sempre a mesma: Káka (com a primeira silaba tônica), Ronaldinho, Adriano, etc. No Egito não foi diferente. Além disso, eles gostam de lembrar o jogo entre Brasil e Egito (3 x 3) na copa das confederações deste ano.
A paixão pelo futebol no Egito nos impressionou. No ultimo sábado (14/11) aconteceu a ultima rodada das classificatórias afriacanas para a Copa do Mundo. O Egito jogou no Cairo contra a Argélia e precisava vencer por 2 ou mais gols de diferença. Estavamos em Luxor e já de manhã viamos as pessoas na rua com bandeiras e camisas do Egito e rostos pintados.
Se o Egito ganhasse de 3 ou mais gols, classificava-se para a Copa. Vencendo por 2 gols, empataria com a Algéria em pontos, gols pró e contras (e consequentemente saldo) e pelo regulamente, provocaria um jogo de desempate em campo neutro.
O jogo começou as 19:30. Os egipcios fizeram o primeiro gol na metade do primeiro tempo. Eu fui ver o jogo em um telão que montaram na rua. O pessoal estava nervoso. 1 x 0 classificava a Algéria. O segundo tempo foi tenso. Chegou aos 45 minutos de segundo tempo, com a pequena torcida da Algéria no estádio comemorando. O juiz deu 6 minutos de acréscimo e aos 50 do 2. tempo, saiu o segundo gol. Explosão de alegria. Jogo acaba e torcida vai para a rua, fechando algumas delas e fazendo muito barulho. Parecia que ganharam o título. Detalhe que a grande maioria da população não beba alcool. E depois fui descobrir que esta alegria toda era só por que ainda tinham chance, pois com este resultado haveria o jogo de desempate na quarta (18/11) no Sudão.
Na quarta estávamos no Cairo. A expectativa do jogo era grande. Na rua, quase todos os carros tinham uma banderia nacional. Alguns pintaram o carro todo com as cores da bandeira: branco, vermelho e preto. Algumas escolas e universidades decretaram feriado. O transito estava mais caótico que o normal, pois todos queriam chegar em um lugar para assistir o jogo. As buzinas começaram de manhã cedo e só pararam no horário do jogo (19:30). Infelizmente para o Egito, a Algéria ganhou. A tristeza foi facilmente percebida pelo silêncio que reinou na cidade.


OBS: Estamos tão influenciados pela cultura local, que escrevi ARGÉLIA da maneira como é falada aqui, em árabe, ALGÉRIA. Nem percebi. Além disso, a silaba tônica é a ultima, então deveria ter escrito, AL-GERÍA. 

Egito – Luxor – Templo de Hatshepsut

IMG_5838 O templo de Hatshepsut conhecido como "O templo de El Der El Bahari" é um do mais belos templos do Egípto. Foi construído para ser um templo funerário ou comemorativo para a rainha Hatshepsut que era uma das mais grandes rainhas da História Egípcia. O templo está situado na margem oeste de Luxor.IMG_5852 O grande Arquitecto Sinmut que desenhou este templo parece que foi inspirado pelas ruínas do templo vizinho que pertence ao rei Neb-Hpet-Rá quem era um dos grandes monarcas da dinastia XI, pois o templo consta de três terraços,-em forma de três andares- cada um em cima do outro consecutivamente unidos entre si por uma rampa no centro, e inclui as capelas de Amón, Anúbis, Rá-Hor-Akhti, e HathorIMG_5845 .

A rainha foi enterrada no Vale das Rainhas. Ela era a quinta governante egípcia da XVIII Dinastia, filha de Tutmosis I e da rainha Ahmose. Como era comum nas famílias reais do Egito Antigo, Hatshepsut casou-se com seu meio-irmão, Tutmosis II, que tinha um filho de outra mulher. Quando Tutmosis II morreu, em 1479 a.C., seu filho, Tutmosis III, foi nomeado para o trono. Mas Hatshepsut tornou-se regente porque o herdeiro era criança.

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Os dois governaram juntos até 1473 a.C., quando Hatshepsut declarou-se faraó. Vestida como homem, ela administrou a nação com total apoio do alto sacerdote de Amon, Hapuseneb, e de outros dignitários do reino.

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Hatshepsut morreu em 1458 a.C., quando Tutmosis III liderou uma revolta para reaver seu trono faraônico, e destruiu grande parte de seu templo, que agora, está sendo restaurado.

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Egito – Luxor – Vale dos Reis

O Vale dos Reis, é um grande vale montanhoso no Egito onde, por um período de aproximadamente 500 anos foram construídos tumbas para os Faraós e nobres importantes do Antigo Egito.Localiza-se na margem ocidental do Nilo, oposto a Luxor.
Estas tumbas foram consturídas durante o Novo Império, mas já foram encontradas algumas do Médio, para servirem de câmara mortuária, no lugar das pirâmides. O motivo desta modificação é que as pirâmides chamavam muita atenção e estavam sendo saqueadas com muita facilidade, e nesta região, as montanhas tem um formado de pirâmideIMG_5923 , e as tumbas ficavam tão escondidas, que até hoje tem algumas que ainda não foram encontradas.

 O vale possui 63 túmulos dos faraós desse período e também os túmulos dos faraós Tutankamon, Ramsés IX, Seti I, Ramsés VI e o de Horemheb. Ainda hoje se continuam a retirar jóias dos túmulos dos filhos de Ramsés II. Os túmulos aí existentes designam-se pelas siglas KV (significando Kings Valley, em português vale dos reis) seguidas de um número, sendo este atribuído consoante a ordem cronológica da descoberta de cada túmulo. O mais importante precisamente o número 62, o do Faraó Tutankhamon, mais pelo espólio do achado do que porventura a importância do faraó. Em 1994 os arqueólogos começaram a escavar o túmulo KV5, considerado pouco importante até então. Encontrou-se o maior e mais complexo túmulo do Vale dos Reis. Julga-se ter encontrado o túmulo dos 52 filhos de Ramses II. Até agora foram descobertos uma sala com 16 colunas, vários corredores e mais de 100 câmaras. Apesar de não terem sido encontrados tesouros, foram no entanto recuperados do entulho milhares de artefatos. Os trabalhos arqueológicos, ainda longe do fim, prolongar-se-ão por vários anos antes de se abrir o túmulo ao público. As tumbas reais são normalmente decoradas com cenas da mitologia egípcia que testemunham as crenças e os rituais funerários dos períodos de sua construção. A maioria das tumbas foram violadas e saqueadas na antigüidade, mas algumas (como a KV62) permaneceram intactas até a sua descoberta dando idéia da opulência e do poder dos governantes de sua época.

Nós visitamos 3 tumbas. Elas estão vazias (o que não foi saqueado foi para o museu), mas seu interior é impressionante, tão colorido (e as cores são originais – nada precisou ser restaurado ainda), algumas são enormes e profundas, com muitas salas, altares, etc.
Os hieroglifos mostram deuses, cenas da mumificação, orações, e muitas outras coisas, que não conseguimos identificar.
Infelizmente (na verdade, felizmente) não é possível fotografar lá dentro, por razões óbvias. Na verdade, o governo fecha algumas tumbas por 1 ou mais, pois cada visitante deixa até 2,8 gramas de suor, o que aumenta a humidade, e danifica as pinturas.

A origem da Copa

Gente descobri o ancestral da Copa (para quem não sabe, Copa é a minha cadelinha que foi achada na rua, ha uns 8 anos)!!!!!

Olhem esta foto que eu tirei de uma pintura em um templo de Luxor, e que representa uma das formas do deus da Mumificação, Anubis.

IMG_5896 É, ou não, a própria?????? Até o jeito de deitar é o mesmo….

Obs.: Esta pintura foi feita a uns 2 mil anos ou mais…

Egito - Luxor

Luxor é uma cidade do sul do Egito.A Luxor moderna cresceu a partir das ruínas de Tebas, antiga capital do Império Novo(1550-1069 a.C.) e situa-se a 670 km ao sul do Cairo. A sua riqueza, tanto arquitetônica como cultural, fazem dela a cidade mais monumental das que albergam vestígios da antiga civilização egípcia. IMG_6102 O Nilo separa Luxor em duas partes: a margem oriental, outrora consagrada aos vivos, onde encontramos os vestígios dos mais importantes templos consagrados aos deuses da mitologia egípcia, e a margem ocidental, consagrada aos mortos, onde se localizam algumas das mais importantesnecrópoles do antigo Egipto, segundas  em importância relativamente às existentes no planalto de Gizé, no Cairo, e IMG_6038onde foram feitos alguns dos achados arqueológicos mais significativos da antiga civilização, designadamente o túmulo de Tutankhamon, descoberto em 1922 pelo célebre arqueólogo e egiptólogo inglês Howard Carter.

Alguns Famosos Faraós

Tutmés I, faraó do Egito (1524-1518 a.C.) da XVIII dinastia, sucessor do seu cunhado Amenófis I (que reinou em 1551-1524 a.C.). Destacado militar, foi o primeiro faraó a ser enterrado no Vale dos Reis.

Tutmés II, faraó do Egito (1518-1504 a.C.), filho de Tutmés I e meio-irmão e marido da rainha Hatshepsut. Enviou uma expedição contra as tribos núbias rebeladas contra sua soberania e contra os beduínos, povo nômade dos desertos da Arábia e do Sinai.

Tutmés III, faraó do Egipto (1504-1450 a.C.). Era filho de Tutmés II e genro de Hatshepsut. Durante seu reinado, Tutmés III realizou 17 campanhas militares bem sucedidas, conquistando a Núbia e o Ludão. Conseguiu que os mais importantes estados lhe rendessem tributo: Creta, Chipre, Mitani, Hatti (o reino dos hititas), Assíria e Babilônia. Tutmés III afirmou a hegemonia egípcia em todo o Oriente Médio.

Tutmés IV, faraó do Egito (1419-1386 a.C.) da XVIII dinastia, filho de Amenófis II e neto de Tutmés III. Comandou expedições militares contra a Núbia e a Síria, e negociou alianças com a Babilônia e o Mitanni.

Amenófis III, faraó do Egito (1386-1349 a.C.), da XVIII Dinastia, responsável por grandes trabalhos arquitetônicos, entre os quais parte do templo de Luxor e o colosso de Mêmnón. Seu reinado foi de paz e prosperidade.

Akhenaton ou Amenófis IV, faraó egípcio (1350?-1334 a.C.), também chamado Neferkheperure, Aknaton ou Amenhotep IV. Akhenaton era filho de Amenófis III e da imperatriz Tiy e marido de Nefertiti, cuja beleza é conhecida através de esculturas da época. Akhenaton foi o último soberano da XVIII dinastia do Império Novo e se destacou por identificar-se com Aton, ou Aten, deus solar, aceitando-o como único criador do universo. Alguns eruditos consideram-no o primeiro monoteísta. Depois de instituir a nova religião, mudou seu nome de Amenófis IV para Akhenaton, que significa "Aton está satisfeito". Mudou a capital de Tebas para Akhenaton, na atual localização de Tell al-Amama, dedicando-a a Aton, e ordenou a destruição de todos os resquícios da religião politeísta de seus ancestrais. Essa revolução religiosa determinou transformações no trabalho dos artistas egípcios e, também, no desenvolvimento de uma nova literatura religiosa. Entretanto, essas mudanças não continuaram após a morte de Akhenaton. Seu genro, Tutankhamen, restaurou a antiga religião politeísta e a arte egípcia uma vez mais foi sacralizada.


Tutankhamen ( 1352-1325 a.C.), faraó egípcio (reinou 1334-1325 a.C.) da XVIII Dinastia, genro de Akhenaton, a quem sucedeu. Tornou-se faraó com nove anos. Durante seu reinado, restaurou o culto a Amon, o que contribuiu para a paz no Egito.

Quéops, faraó egípcio (2638-2613 a.C.), o segundo rei da IV dinastia. A realização mais importante de seu reinado foi a construção da Grande Pirâmide de Gizé, perto do Cairo.

Ramsés II (reinou em 1301-1235 a.C.), faraó egípcio, terceiro governante da XIX Dinastia, filho de Seti I.

Seus principais inimigos foram os hititas; com eles assinou um tratado, segundo o qual as terras em litígio se dividiam. Durante seu reinado construiu-se o templo de Abu Simbel e concluiu-se o grande vestíbulo hipostilo do templo de Amón, de Karnak.

Ramsés III (reinou de 1198 a 1176 a.C.), faraó egípcio da XX dinastia, grande líder militar que salvou o país de várias invasões. As vitórias de Ramsés III estão representadas nas paredes de seu templo mortuário em Madinat Habu, próximo à cidade de Luxor. O final de seu reinado foi marcado por revoltas e intrigas palacianas.

Quéfren, quarto faraó (2603-2578 a.C.) da IV Dinastia do Egito. Construiu uma das pirâmides de Gizé. Durante muito tempo, pensou-se que a Grande Esfinge próxima a ela era uma representação do rei. Quéfren foi sucedido por seu filho Miquerinos.

Seti I (reinou de 1312 a 1298 a.C.), faraó egípcio, segundo governante da XIX dinastia, filho e sucessor do faraó Ramsés I. Nos últimos anos de seu reinado, conquistou a Palestina, combateu os líbios na fronteira ocidental e lutou contra os hititas.

Faraós Egipícios

Faraó era o título atribuído aos reis (com estatuto de deuses) no Antigo Egipto. Tem sua origem imediata do latim tardio Pharăo -onis, termo de origem egípcia que significava propriamente "casa elevada", indicando inicialmente o palácio real. O termo, na realidade, não era muito utilizado pelos próprios egípcios. No entanto, devido à inclusão deste título na Bíblia, mais específicamente no livro do "Êxodo", os historiadores modernos adoptaram o vocábulo e generalizaram-no.

A imagem que o grande público tem, geralmente, dos faraós, vem, em grande parte, daquela que nos é dada pelas grandes produções cinematográficas (pepluns) de Hollywood - os chamados filmes bíblicos dos anos cinquenta do século XX, onde o Faraó aparece como um monarca todo poderoso que governa de modo absoluto, rodeado de uma corte de servos e obrigando uma multidão de escravos a construir monumentos em sua honra.

Mas, ainda que muitos dos faraós tenham sido, sem dúvida, déspotas - a ideia da monarquia absoluta tem aqui os seus primórdios - a verdade é que este termo abrange uma grande variedade de governantes, de índoles e interesses diversos. Em cerca de três mil anos de tradição faraónica, passaram pelo trono do Egito homens (e algumas mulheres) com aspirações bem diferentes. Desde os misteriosos construtores das pirâmides de Gizé, ao poeta místico Akhenaton, passando pelo lendário Ramsés II, encontramos toda uma diversidade de indivíduos que, no seu conjunto, governaram uma das mais nao tinha nada mais importante pra eles que a religião.

É difícil de determinar datas precisas na história dos faraós, já que os testemunhos desta época são escassos, além de virem de uma época em que a própria história estava nos seus primórdios (isto é, a escrita ainda estava nos seus inícios). A tradição egípcia apresenta Menes (ouNarmer, em grego) como sendo o primeiro faraó ao unificar o Egito (até então dividido em dois reinos). Segundo esta tradição, este seria o primeiro governante humano do Egipto, a seguir ao reinado mítico do deus Hórus. Documentos históricos, como a Paleta de Narmer, parecem testemunhar essa reunificação sob o faraó Menés, cerca de 3100 a.C, ainda que os egiptólogos pensem que a instituição faraónica seja anterior. Por isso, se fala também de uma dinastia 0.

Quanto ao último dos faraós, todos estão de acordo em dizer que se tratou de Cesarion (Ptolomeu XV), filho de César e Cleópatra VII, pertencente à Dinastia Lágida.

Mais que um simples rei, o faraó era também o administrador máximo, o chefe do exército, o primeiro magistrado e o sacerdote supremo do Egito (sendo-lhe, mesmo, atribuído caráter divino).

Em muitos casos, cabia ao faraó decidir, sozinho, a política a seguir. Na prática era frequente que delegasse a execução das suas decisões a uma corte composta essencialmente por:

  • Escribas, que registravam os decretos, as transações comerciais e o resultado das colheitas, funcionando como oficiais administrativos e burocracia de Estado.
  • Generais dos exércitos e outros oficiais militares, que organizavam as campanhas das guerras que o Faraó pretendesse empreender;
  • Um Tjati (Vizir), que funcionava como primeiro-ministro, e auxiliava o faraó nas mais variadas funções, da justiça as campanhas militares.
  • Sacerdotes, incumbidos de prestar homenagem aos deuses, no lugar do faraó;

De acordo com a mitologia egípcia, o próprio corpo do faraó tinha carácter divino, já que o seu sangue teria origem no seu antepassado mítico, o deus Hórus.

O estatuto e papel do Faraó são, portanto, hereditários, transmitindo-se pelo sangue. Apesar do papel subalterno das mulheres nesta sociedade, os egípcios preferiram, por vezes, ser dirigidos por uma mulher de sangue divino (como Hatchepsut) que por um homem que o não seja (sendo interessante que até Hatchepsut é representada em esculturas ostentando uma farta barba, símbolo de masculinidade e sabedoria). As linhagens faraónicas nunca chegaram, contudo, a prolongar-se durante muito tempo, interrompidas que eram por invasores e golpes de estado.