"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Parque Nacional de Sagarmatha

O Parque Nacional de Sagarmatha, está localizado no leste do Nepal, que contém partes do Himalaia e da metade sul do Monte Everest . O parque foi criado 19 de julho de 1976 e em 1979 foi inscrita como Patrimônio Natural da Humanidade .

Além do Monte Everest, outros grandes picos são encontrados no parque como o Lhotse (8 516m, quarta maior do mundo), Cho Oyu (8 201 m, sexta maior) e Nuptse (7861 m) entre muitas outras que variam dos 6.000 aos 7.000 metros.

O parque abrange uma área de 1.148 km ² e varia em elevação de seu ponto mais baixo de 2,845 m  e 8.850 m no cume do Everest. A terra ‘estéril’, acima de 5.000 m, compreende 69% do parque, enquanto 28% são terras de pastagem e os restantes 3% são florestas. A maior parte da área do parque é muito acidentado e íngreme, com seu corte de terreno por rios profundos e geleiras . Ao contrário de outros parques, o parque pode ser dividido em quatro zonas climáticas, devido à altitude crescente. As zonas climáticas incluem uma floresta da zona mais baixa, uma zona de arbustos alpinos, a zona alpina superior que inclui o limite do crescimento da vegetação e a zona ártica, onde nenhuma planta pode crescer. Os tipos de plantas e animais que são encontrados no parque depende da altitude. O parque contém a bacia superior do Dudh Kosi sistema de bacia hidrográfica.

 

Sagarmatha – O Monte Everest

39 Vôo Lhasa- Kathmandu - Mt. Everest

Altitude
8 844,43 m (rocha)
8 848 m (gelo)

O Everest é a montanha mais alta do mundo. Está localizado na cordilheira do Himalaia14 Vôo Lhasa- Kathmandu - Mt. Everest. Situa-se na fronteira entre o Nepal e o Tibete. O nome Everest é o nome mais conhecido no ocidente e dado em homenagem, no século XIX, ao topógrafo inglês que trabalhava no mapeamento da região. Em nepalês, o pico é chamado de Sagarmatha (rosto do céu), e em tibetano Chomolangma ou Qomolangma (mãe do universo).  Este último é o nome mais antigo entre os 3 mencionados. 32 Vôo Lhasa- Kathmandu - Mt. Everest 

Rotas de ascensão

O monte Everest tem duas rotas principais de ascensão, pelo cume sudeste no Nepal, e pelo cume nordeste no Tibete, além de mais 13 outras rotas menos utilizadas. Das duas rotas principais a sudeste é a tecnicamente mais fácil e a mais frequentemente utilizada. Esta foi a rota utilizada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953. Contudo, a escolha por esta rota foi mais por questões políticas do que por planejamento de percurso, quando a fronteira do Tibete foi fechada aos estrangeiros em 1949.

A maioria das tentativas é feita entre abril e maio antes do período das monções porque uma mudança na jet stream nesta época do ano reduz a velocidade média das rajadas de vento. Ainda que algumas vezes sejam feitas tentativas após o período da monções em setembro e outubro, o acúmulo de neve causado pelas monções torna a escalada ainda mais difícil.

Ascensões

Desde 1921, diversas tentativas de escalada foram feitas. Em 6 de junho de 1924, George Mallory e Andrew Irvine, ambos britânicos, fizeram uma tentativa de ascensão da qual jamais retornaram. Não se sabe se atingiram o pico e morreram na descida, ou se não chegaram até ele, já que o corpo de Mallory, encontrado em 1999, estava com objetos pessoais, mas sem a foto da esposa, que ele prometera deixar no pico.

A primeira ascensão até o topo foi feita pela expedição anglo-neozelandesa em 1953, dirigida por John Hunt. O pico foi alcançado em 29 de Maio por Edmund Hillary e Tenzing Norgay.

Em 16 de Maio de 1975, Junko Tabei tornou-se a primeira mulher a alcançar o topo do Everest. A primeira ascensão sem oxigênio foi feita por Reinhold Messner e Peter Habeler em 1978. Em 1980, Reinhold Messner efetua a primeira ascensão solitária. Em 25 de maio de 2001, Erik Weihenmayer tornou-se o primeiro alpinista cego a atingir o topo.

Desastre de 1996

Durante a temporada de escalada de 1996, dezenove pessoas morreram durante a tentativa de chegar ao cume, sendo o maior número de mortes em um único ano na história do Everest. 10 de maio deste ano foi o dia em que mais morreram pessoas na história da montanha. Uma tempestade impossibilitou muitos alpinistas, que estavam próximos ao cume (no escalão Hillary), de descer, matando oito. Entre aqueles que morreram estavam os experientes alpinistas Rob Hall e Scott Fischer, ambos liderando expedições pagas até o topo. O desastre ganhou grande publicidade, e levantou perguntas sobre a comercialização do Evereste.

O jornalista Jon Krakauer, da revista Outside, era um dos clientes de Rob Hall, e em 1997 publicou o livro bestseller No Ar Rarefeito, que relata sua experiência na expedição de 1996.

O montanhista russo Anatoli Boukreev, guia contratado da expedição comercial da agência Mountain Madness, do americano Scott Fisher, publicou em 1997 o livro The climb (A Escalada), em que relata sua versão dos fatos do acidente em maio de 1996.

Estatísticas

Até o final de 2001, 1 491 pessoas conseguiram alcançar o topo, e delas 172 não retornaram da aventura. Muitas morreram de hipotermia.

Cronologia

  • 1841: o coronel George Everest, topógrafo-geral na Índia, nomeia temporariamente a montanha como Pico XV.
  • 1852: cálculos da Great Trigonometrical Survey levam a concluir ser a montanha mais alta da Terra.
  • 1921: primeira expedição britânica para o Everest.
  • 1924: a 8 de junho, George Mallory e Andrew Irvine partem rumo ao pico e desaparecem na neblina. Nunca se soube se chegaram ao topo ou não.
  • 1953: na manhã de 29 de maio, o apicultor neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay chegam ao cume.
  • 1975: Junko Tabei é a primeira mulher a escalar o Everest
  • 1995: Waldemar Niclevicz e Mozart Catão são os primeiros brasileiros a atingir o cume do Everest, às 11h22 do dia 14 de maio.
  • 1996: maior número de alpinistas mortos num só ano: dezenove.
  • 1999: o corpo de Mallory é encontrado com objetos pessoais mas sem a foto da esposa, que prometera deixar no pico.
  • 1999: em 18 de Maio, João Garcia é o primeiro português a atingir o pico (e sem recursos a oxigênio suplementar), e pela Face norte.
  • 2005: em junho, Vitor Negrete, alpinista brasileiro, chega ao cume pela face norte (com auxílio de oxigênio), e encontra-se no cume com a dupla de brasileiros Waldemar Niclevicz e Gustavo Irivan Burda, que escalaram a montanha pela face sudeste (via clássica nepalesa);
  • 2006: em maio, Vitor Negrete morre na descida, após atingir o topo do monte Everest sem o auxílio de oxigênio. Ana Elisa Boscarioli torna-se a primeira brasileira a escalar o Everest pela face sudeste (via clássica nepalesa).
  • 2008: em maio, os brasileiros Eduardo Keppke e Rodrigo Raineri conseguiram chegar ao topo do monte Everest.

Aviso sobre atividades futuras

snp1

Como já havia mencionado, amanhã partiremos em direção a Lukla para o trekking no Sagarmatha National Park, onde está situado o Monte Evereste (ou Sagarmatha, em nepalês). Pretendemos caminhar entre 15 a 17 dias por lá, nossos objetivos são o Pico Gokyo (5483m), o Passo Cho La (5420m), o Kala Patthar (5545m) e o Everest Base Camp (5400m). Todos estes pontos, com excessão do Everest Base Camp (E.B.C.), tem vista para as maiores montanhas do mundo, e o E.B.C. é interessante pois é de onde partem as expedições para o cume do Mt. Everest.

Os pontos mais incerto de nossa caminhada são o Passo Cho La, que fica fechado quando neva e o E.B.C., pois para chegar lá é preciso pernoitar à 5160 metros de altitude em Gorak Shep. Mas temos alternativas e dias extras caso precisemos fazer uma volta maior.

snp2   

A região é de difícil acesso, como quase tudo no Nepal, para chegar lá só de avião ou a pé, mas são 6 dias de caminhada. Nós escolhemos o avião.

O trekking neste parque é mundialmente famoso, para terem uma noção de como as trilhas são movimentadas, o trecho aéreo Kathmandu/Lukla tem em média 25 vôos diários.

Nossos pernoite serão nas famosas Casas de Chá Sherpas, assim como todas as refeições.

Nós optamos por irmos independentemente (sem guia e sem carregadores), o que não é um bicho-de-sete cabeças, e muitas pessoas vão assim. Nós mesmo, fizemos nossa caminhada até o Annapurna Base Camp, aqui no Nepal, há 2 anos, desta maneira, e foi bastante tranquila. Como auxílio levaremos o mapa que ganhamos dos tios e primos do JH (Tante Marion, Unkle Wolf, Sven e Oliver) na nossa despedida no aeroporto de Guarulhos, e que surpreendentemente durou, intacto, por 7 meses dentro da mochila. 

Nossa data prevista de retorno será dia 3 de maio, mas não se preocupem se demorarmos uns dias a mais para darmos notícia, pois podemos atrasar um pouco.

Ano Nepâles

Aqui no Nepal, comemoramos nosso terceiro ano-novo de 2010.

O ano nepalense começa em meados de abril este ano caiu dia 14 de abril, e está dividido em 12 meses. Agora eles estão no ano 2067.

Infelizmente, o novo governo nepalês é comunista, e não permitiu as tradicionais comemorações. Aconteceu algum barrulho, como música e comemorações a noite na rua, mas nós não presenciamos nada diferente.

Nepal – Rio Karnali – A rotina e os acampamentos

IMG_5329

Todos os dias, nós acordávamos umas 7 horas da manhã, e geralmente já tinha água quente para café, leite ou chá(nossos guias acordavem às 6) e o café-da-manhã quase pronto, ovos, cada dia preparado de uma maneira diferente. vegetais refogados com batatas (típico inglês), pão, geléias e manteiga.

Depois do café, nós desmontávamos o acampamento, colocávamos tudo nos botes, em sacos estanques (impermeáveis), e no máximos às 9 já estávamos na água.

Ao meio-dia parávamos em alguma praia para o almoço, que era sempre algum tipo de macarrão ou batatas já cozidas (os guias cozinhavam o almoço de manhã), salada, alguma carne enlatada (atum, sardinha, etc), queijo e frutas.

Lá pelas 2 da tarde nos dias mais tranquilos e 4 nos mais agitados, nós ancorávamos na praia escolhida para o pernoite. Descarregávamos tudo, montávamos o acampamento. E nós turistas íamos relaxar, tomar sol, nadar, treinar o caiaque e tomar banho, e os guias iam preparar o jantar (coitados, trabalhavam bastante).

IMG_5404Os casais dormiam em barracas, mas o resto do pessoal prefiria dormir ao relento, os meninos utilizavam o bote para diminuir o vento.

O jantar era servido lá pelas 6 e meia da tardeIMG_5436, e cada dia tinha um prato diferente, tudo muito gostoso. Depois do jantar, cada um lavava sua louça e os guias iam descansar e nós nos preparavámos para a nossa jogatina. E ficávamos até lá pelas 11 da noite jogando baralho, geralmente ‘Presidente’.

Todos os acampamentos era acompanhado de perto por nossos pequenos espectadoresIMG_5440 . Tenho que confessar que era difícil ter que comer com tantas criançasIMG_5458 em volta olhado, mas não tínhamos muita escolha. Sempre sobrava bastante comida, e elas comiam tudo tão rápido, que nem dava para perceber.       

Nepal – Rio Karnali – A região

A região do rio Karnali é muito bonita, o rio é cercado por cânions e fica nas proximidades do Parque  Nacional de Bardia, um dos últimos refúgios de tigres no Nepal.

O fato mais triste é que o governo nepalês está construindo uma hidroelétrica na cabeceira do rio, e quando a água for represada, o rio todo vai secar. Até seria bom para a população nepalesa, pois a questão da falta de energia é grave no país todo, com 2 ou 3 cortes diários de energia, cada um com duração de mais ou menos 5 horas, porém a energia gerada nesta futura usina será toda destinada à Índia. O projeto está previsto para terminar em 10 anos, mas como tudo é dificil aqui no Nepal, suspeito que pode demorar até 20. 

Por ser um local muito remoto, as comunidades ribeirinhas são  bastantes isoladas do restante do país, extremamente pobres e com pouquissímos recursos, nem energia elétrica há por lá.

Em lugares como este que a gente percebe como a vida pode ser muito dura, e como temos sorte com tudo o que temos…

 IMG_6325 IMG_5859 IMG_5863 IMG_5886 IMG_5917 IMG_5926 IMG_5950 IMG_6030 IMG_6154 IMG_6171

Nepal – Rio Karnali – O pessoal

IMG_5527

Nosso grupo era composto de 13 pessoas.

Arun  IMG_6032    era o líder e guia do Rafting, ele é nepalês de Kathmandu, e trabalha no ramo há 22 anos. Além dele, havia mais 4 ajudantes, 2 caiaquistas de segurançaIMG_6280IMG_6103, que aliás era excelentes, 1 remador do bote cargueiroIMG_6093 e um aprendiz. Todos eles nepaleses.

Mais nós 8 turístasIMG_5485. Eu e o Julio, Tom e Ben (ingleses), Johny (caiaquista - neozelândes)  IMG_5486  , Oscar (holândes), e o casal Anne Sophie (francesa) e Paul (australiano). O interessante, que de todos nós, só o Johny não estava fazendo a volta ao mundo. Então, vocês podem imaginar quanta história todo mundo tinha para contar…

 IMG_5488Eu e Anne Sophie, as duas únicas mulheres da expedição, nós nos demos muito bem…

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Nepal – Rio Karnali – O Rafting

IMG_5942IMG_5907       Os 3 primeiros dias de rafting foram uma corredeira atrás da outra, sem muito tempo para descanso. Estas corredeiras eram bastante técnicas, ou seja, com muitas pedras, burracos e redemoinhos, o que não deixava muitas opções de caminho, e era preciso remar certinho e bem sincronizado para que o bote não virar. O terceiro dia foi o mais radical de todos, com corredeiras de até meia hora de duração.

As corredeiras geralmente possuem nomes, e achei engraçado que uma das mais difíceis por qual passamos foi a Humans for Lunch (Humanos para o almoço), só o nome já nos assustou, mas passamos por ela sem maiores problemas.

Assista o vídeo da ‘Humans for Lunch’ clicando aqui .

Assista o vídeo da ‘Jailhouse’ clicando aqui.

SANY0124

Os outros 3 dias foram bem mais tranquilos, e aproveitamos para aprender a descer o rio de caiaque, que é bem mais difícil, pois este tipo de caiaque para corredeiras é pouco estável, e qualquer desequilíbrio o faz virar, porém muito mais legal. Eu particularmente adorei, e pretendo fazer um curso de caiaquismo assim que tiver oportunidade.

 IMG_6180 IMG_6181 IMG_5343 IMG_5333  

Quando não estávamos em um trecho difícil ou no caiaque, aproveitávamos para nadar ou ficar deitado no bote tomando sol ou conversando com o pessoal.

SANY0121SANY0163

SANY0180

O que é o Rafting

Definição
O Rafting é um esporte que utiliza botes infláveis para descer rios, enfrentando corredeiras, pedras e muita água. 
Surgiu no século 19, no Rio Colorado, quando o norte-americano John Wesley Powell organizou uma expedição ao Grand Canyon (EUA). Desde então muitas águas passaram e a atividade evoluiu muito, até que na década de 1950 tomou impulso comercial e foi consagrada como esporte. Hoje, o rafting atrai milhares de praticantes em todo o mundo – só no Brasil são mais de 100 mil adeptos.
Por ser um esporte que proporciona a integração do praticante à natureza, o esporte é muito explorado por agências de ecoturismo – o que contribuiu ainda mais para sua disseminação.

Características
“Raft”, em inglês, significa “balsa”. Daí “rafting” é a ação de descer rios em uma balsa. A atividade possui graus de dificuldades de acordo com o rio percorrido e o gosto do praticante, que pode escolher uma calma descida de rio ou uma difícil corredeira. Em qualquer um dos casos, a atividade proporciona emoção e divertimento garantidos.
Para praticar o rafting, ainda que seja apenas por um final de semana, é preciso se familiarizar com os “comandos” - gritos de ordem que ajudam muito na hora de enfrentar o rio.
Esses comandos são dados pelo “leme” (o instrutor de rafting ou o líder da equipe), que vai na parte de trás do bote e é responsável por harmonizar e direcionar a equipe de remadores.
Os comandos são: “frente, frente forte, direta ré, esquerda ré, segura, e piso”. “Frente” significa que todos devem remar para a frente, “ré”, que todos devem remar para trás, “esquerda/ direita ré”, que um dos lados deve remar para trás, enquanto o outro deve continuar remando pra frente, e o mais divertido de todos: “piso!”, significa que todos devem prender o remo, segurar firme e abaixar dentro do bote para enfrentar as corredeira.
O grupo deve estar atento às instruções do líder e remar em sincronia.
Quedas do bote acontecem. Os instrutores orientam as pessoas a ficarem em uma posição de forma a ajudar o resgate, pelo cabo do remo ou por uma corda. O bote também pode virar, o que requer ainda outras técnicas para voltar à posição normal. Para segurança do praticante, é importante sempre usar colete salva-vidas e capacete.

Nepal – Rio Karnali – A Maratona da chegada

A região do rio Karnali é extremamente remota, para chegarmos no local onde começaríamos o rafting foram 2 longos dias de viagem, em uma estrada muito isoladaIMG_5857, passamos por desfiladeiros muito altosIMG_5852e muitas montanhas.

Dormimos em um vilarejo bem simples, mas o quarto tinha até ventilador (o calor é intenso nesta região).

Nosso ônibus quebrou 2 vezes no segundo dia, mas não precisou nada mais que umas 3 horinhas para consertar a primeira vezIMG_5305IMG_5309 e uns 20 minutos a segunda. Pelo menos era um ônibus da própria companhia de rafting, e não precisamos viajar em uma lata de sardinha, o que é comum no NepalIMG_5306IMG_5304.

O primeiro acampamento foi a beira do rio Karnali, em um dos maiores vilarejos por qual passamos. Assim tudo o que fizemos foi acompanhado de perto por muito espectadores, todos eles mirins (o que foi um fato durante todo o rafting, nunca vi tantas crianças juntas – provavelmente porque elas não vão à escola e passam o dia inteiro as margens do rio).IMG_5318 IMG_5319 IMG_5312 

domingo, 4 de abril de 2010

Aviso sobre os próximos 10 dias

Pessoal,

Como eu havia comentado, amanhã começará nossa expedição no Rio Karnali. Serão 10 dias sem contato com nenhum tipo de civilização moderna, provavelmente só com as comunidades ribeirinhas ao longo do caminho. Assim, até dia 14 de abril, não haverá novas postagens no blog, mas prometo que, assim que der, conto como foi o passeio e mando fotos.

A operadora de Rafting que vamos usar é a Equator Expeditions, quem estiver curioso, aí vai o link deles: http://www.equatorexpeditionsnepal.com/rafting/karnali.php

O Karnali é o maior e mais comprido rio do Nepal. Sua nascente está na base do Mt. Kailash, no Tibete, considerado o centro do universo, tanto para os budistas, quanto para os hindus. A medida que corre em direção ao sul, atravessando o Himalaia, chega na região oeste do Nepal, onde cava imponentes Cânions, cria praias remotas e muitas corredeiras. O que o torna um dos melhores rios de grandes volumes de água para expedições, tanto de rafting, quanto de caiaque, no mundo.   

np-map1 

karnali_map_b

Considerações do 7o. Mês de Viagem

Tenho que confessar que este mês passou voando, e eu nem percebi.

  A gente fez uma volta enorme na China, ficando só 2 ou 3 dias em cada cidade (com excessão de Beijing, que foram uns 5 dias bem movimentados), e acho que conseguimos ver o principal, mas óbvio que faltou um monte de coisas. Aqui no Nepal as coisas foram mais calmas, mas também já faz uma semana que estamos aqui.

A saúde continua bem. Fiquei bastante surpresa por não ter tido nenhum dos meus famosos problemas respiratórios (rinite/sinusite/asma) na super poluída China. Aliás, meu remédio para asma está praticamente intacto na mochila (eu calculei que precisaria de pelo menos 1 cápsula por semana, mas em 7 meses só usei 1).

A alimentação foi melhor do que imaginamos na China, mas melhorou muito aqui no Nepal, que tem muito mais opções de saladas frescas e comida natural.

Quando ao dindin, passamos um pouco da média na China, mas como ficamos abaixo da média todos os outros meses, no geral, continuamos dentro do cálculado inicialmente.

  Depois deste tempão, estamos quase nos tornando viajantes profissionais. Fazer malas, procurar hotel, nos localizar (se bem que nisso eu continuo sempre perdida, mas o JH é craque), aprender novos alfabetos (pelo menos os números são essenciais para não ser passado para trás), novas línguas (no mínimo oi, tchau e obrigado, mas sempre acabamos descobrindo uma ou outra palavra diferente), enfrentar longas distâncias, e, principalmente, a ter paciência, muita paciência em alguns casos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sidharta Gautama

"Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que hoje pensamos determina o que seremos amanhã. Nossa vida é criação de nossa mente."

Sidharta Gautama

Certa vez, a rainha Maya do clã dos Shakyas, do reino Kapilavastu, no sopé do Himalaia, onde hoje é o Nepal, sonhou com um elefante branco que trazia uma flor de lótus em sua tromba. Ela contou este sonho ao seu marido, o rei Shuddhodana, mas ele não soube interpretá-lo.

Os sábios brâmanes esclareceram que o sonho era o prenúncio do nascimento de um filho prodigioso: ele se tornaria um monarca universal ou um monge. O nascimento do menino, cercado de eventos auspiciosos, aconteceu no jardim de Lumbini.

Ele seria chamado de Sarvarthasiddha Gautama — "aquele da família Gautama que realiza todas as suas metas" —, logo simplificado para Siddhartha Gautama — "aquele da família Gautama que realiza suas metas".

Um velho eremita brâmane chamado Asita descobriu vários sinais no corpo do bebê e previu que o príncipe se tornaria um ser iluminado. A rainha Maya faleceu uma semana depois de dar à luz e a criança passou a ser cuidada pela tia, Prajapati.

Durante sua infância, Siddhartha foi educado pelos melhores professores do seu tempo e atingiu excelência em todos os campos de conhecimento. Ele também desenvolveu grandes habilidades marciais e venceu um torneio de artes militares, obtendo o direito de se casar com sua bela prima Yashodhara.

Na tentativa de entreter Siddhartha, o rei Shuddhodana deu a ele três grandes palácios, onde desfrutava das melhores comidas, bebidas, vestimentas e prazeres.

Quando Siddhartha saiu pela primeira vez dos palácios, ele se encontrou com um velho, um doente, um morto e um asceta. Angustiado com o que viu, o príncipe fugiu para a floresta a fim de se dedicar à prática espiritual e encontrar o fim do sofrimento.

Seu único filho, Rahula, nasceu na noite em que ele decidiu partir. Apesar do coração repleto de afeição pela esposa e pelo filho, ele não hesitou em deixar seus palácios para buscar o caminho da prática espiritual. Como símbolo de sua renúncia, Siddhartha cortou seus longos cabelos com uma espada.

Siddhartha passou a praticar austeridades na floresta, sendo acompanhado por outros cinco ascetas. Depois de seis anos, ele percebeu que este estilo de vida não traria o fim do sofrimento.

Subitamente, ele compreendeu que a entrega aos prazeres mundanos e ao ascetismo são dois extremos; o ideal é seguir um caminho intermediário, o caminho do meio.

Uma jovem pastora chamada Sujata decidiu fazer uma oferenda de leite e arroz aos seres divinos da floresta. Aquele era um gesto de agradecimento por ela ter conseguido um filho.

Ao ver Siddhartha meditando na floresta, Sujata pensou que ele fosse uma divindade e lhe entregou a oferenda. Siddhartha se alimentou e logo recuperou a saúde.

Os outros ascetas pensaram que ele tinha abandonado sua busca pelo despertar e o deixaram para trás. Siddhartha foi então para Bodh Gaya, onde os seres iluminados do passado atingiram o despertar. Ele se sentou sob a figueira de bodhi e jurou que só se levantaria após atingir a iluminação.

Mara, o demônio do ego, tentou distrair Siddhartha de sua meditação. Suas três filhas — a cobiça, a raiva e a ignorância — tentaram seduzi-lo, mas não tiveram sucesso.

As hordas de demônios tentaram atacá-lo, mas suas flechas, pedras e bolas de fogo transformaram-se em pétalas e faíscas. Siddhartha tomou a terra como sua testemunha e continuou a meditar.

Na primeira vigília da noite, ele contemplou a sucessão de todas as suas vidas passadas. Na segunda vigília, ele contemplou o karma — o modo como as ações e seus frutos condicionam todos os seres. Na terceira vigília, ele contemplou o sofrimento, sua causa, sua cessação e o caminho que leva à cessação.

Pela manhã, Siddharta finalmente atingiu o bodhi — a iluminação, o despertar — e exclamou, "Maravilha das maravilhas, todos os seres são completos e perfeitos, dotados de virtude e sabedoria, mas os pensamentos ilusórios impedem que percebam isso!"

A partir de então, ele passou a ser conhecido como Buddha — o Iluminado, o Desperto — e como Shakyamuni — o Sábio dos Shakyas.

Durante os 49 dias seguintes, o Buddha Shakyamuni permaneceu em meditação. Inicialmente, ele pensou que os seres seriam incapazes de compreender o Dharma, o caminho que leva à iluminação.

Entretanto, um ser divino ajoelhou-se aos seus pés e implorou que ele desse ensinamentos. Cheio de amor e compaixão pelos seres, o Buddha então decidiu transmitir o Dharma.

Buddha Shakyamuni procurou os ascetas que tinham sido seus companheiros e lhes concedeu os primeiros ensinamentos. Eles se tornaram os primeiros monges e assim surgiu a Sangha, ou comunidade buddhista.

O Buddha passou a viajar constantemente para expor o Dharma, atraindo muitos discípulos. Em três meses, sessenta discípulos já tinham atingido a santidade.

Eles foram enviados a várias direções como mensageiros do Dharma, "para o benefício de muitos, para a felicidade de muitos, por compaixão pelo mundo".

O Buddha Shakyamuni visitou o seu reino, dando ensinamentos a seus amigos e parentes, incluindo seu pai, seus tios e seus primos.

Muitos deles tornaram-se monges e entraram para a ordem monástica buddhista.

Seu filho Rahula também foi ordenado como monge noviço e mais tarde atingiu a santidade.

Seu pai, Shuddhodana, atingiu a santidade em seu leito de morte. O próprio Buddha Shakyamuni cuidou de seus funerais.

Após a morte do pai, sua tia Prajapati e sua esposa Yashodhara tornaram-se as primeiras monjas buddhistas.

Seu primo e atendente, o monge Ananda, foi muito importante para o estabelecimento da ordem monástica feminina.

A cada ano, na estação das chuvas, o Buddha Shakyamuni reunia-se com seus discípulos para fazer um retiro.

Generosos benfeitores doaram monastérios para a comunidade buddhista se reunir e fazer seus retiros.

Aos 80 anos de idade, o Buddha Shakyamuni proferiu seus últimos ensinamentos e atingiu a liberação final, ou parinirvana, em um bosque da cidade de Kushinagara. Uma semana depois, seu corpo foi cremado e suas relíquias foram divididas, sendo preservadas em muitos relicários.

Nepal - Lumbini

0117 Nepal - Lumbin

    Depois de anos de trabalhos arqueológicos, ficou comprovado que foi em Lumbini, no ano de 563 a.C., que Sidharta Gautama nasceu.

0105 Nepal - Lumbini(Este é o exato local)

Diz a lenda, que a mãe dele estava indo para sua terra natal, para dar a luz, como pregava suas tradições, quando avistou um lago muito bonito e resolveu tomar um banho. E foi ali mesmo que o futuro criador do Budismo nasceu.

0113 Nepal - Lumbin Tenho que confessar que fiquei meio arrependida de ter vindo até aqui. Primeiro porque a viagem foi muito longa (eram só 300 km, mas demoramos 12 horas para chegar, pois o ônibus, se é que podemos chamar aquilo de ônibus, parava a cada 15 minutos) e exaustiva (esta região é quente, o ônibus muito apertado, e estava tão lotado que até tinha gente no teto). 0116 Nepal - Lumbin Segundo, porque quando chegamos encontramos muitas centenas de peregrinos indianos, uma vez que os  hindus consideram Buda como uma das reencarnações de Vishna, um de seus principais Deuses . E nós já tivemos nossa cota de hinduísmo na nossa viagem à Índia em 2008 (tudo bem que 95% dos nepaleses são hindus, mas conviver com indianos é uma experiência mais,

digamos, intensa0100 Nepal - Lumbini) . Na verdade, quando cheguei, tudo que eu queria era me teletransportar para Kathmandu, mas como o teletransporte não rolou, um banhão e uma boa noite de sono em um hotel com ar condicionado, me fizeram acordar pronta para encarar o passeio debaixo de 40o. C.

0138 Nepal - Lumbini  Existem diversos monastérios na região, de vários países como China, Japão, Coréia, Alemanha, Suíça, Tailândia, e assim vai. Porém a maioria deles está abandonada, ainda na fase de construção. O que eu achei mais bem cuidado, e consegui ver os monges, foi o Tibetano.

0122 Nepal - Lumbini0144 Nepal - Lumbini 0141 Nepal - Lumbini