"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

China - Pinyin

O pinyin é o método (sistema de romanização) usado oficialmente na República Popular da China para transcrever, no alfabeto latino, o Mandarim.

Foi adotado pelo governo em 1979, quando Pequim se transformou em Beijing e Naquim em Nanjing.

OBS.: O pinyin é uma romanização e não uma anglicização.

 

China – História – parte VI: Um país, dois sistemas

Um país, dois sistemas é uma idéia originalmente proposta por Deng Xiaoping, então líder total da República Popular da China (RPC), para a unificação da China.

Hong Kong e Macau

Em 1984, Deng Xiaoping propôs aplicar o princípio em Hong Kong em negociações com a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher sobre o futuro de Hong Kong quando o contrato de arrendamento dos Novos Territórios de Hong Kong para o Reino Unido expirasse em 1997. O mesmo princípio foi proposto nas conversações com Portugal sobre Macau.

O princípio é que, após a reunificação, apesar da prática do socialismo na China continental, Hong Kong e Macau, que eram antigas colônias do Reino Unido e de Portugal, respectivamente, poderiam continuar a praticar o capitalismo sob um alto nível de autonomia por 50 anos após a reunificação.

O estabelecimento dessas regiões, chamadas de Regiões Administrativas Especiais (RAEs), é autorizado pelo Artigo 31 da Constituição da República Popular da China, que diz que o Estado pode estabelecer RAEs quando necessário, e que os sistemas a serem instituídos nelas deve ser decidido por lei decretada pela Assembléia Popular Nacional.

Estrutura

As duas RAEs de Hong Kong e Macau são responsáveis por seus assuntos domésticos, incluindo, mas não limitado ao Judiciário e tribunais de apelação final, imigração e alfândega, finanças públicas, moedas e extradições. As relações diplomáticas e defesa nacional das duas RAEs são, no entanto, responsabilidade do Governo Popular Central em Pequim.

Hong Kong continuar a utilizar a lei comum inglesa. Macau continua a utilizar o sistema de direito civil português.

Implementação

Em Hong Kong, o sistema foi implementado através da Lei Básica de Hong Kong, que serve como uma miniconstituição da região e é consistente com a Declaração Conjunta Sino-Britânica. Leis similares são aplicadas em Macau.

Sob as respectivas leis básicas, as RAEs têm um alto nível de autonomia e goza de Poder Executivo, Legislativo e Judiciário independentes, incluindo aquele do julgamento final. Formulam suas próprias políticas monetárias e financeiras, mantêm suas próprias moedas, formulam suas próprias políticas nas áreas de educação, cultura, esportes, etc. dentro da estrutura das leis básicas.

Como estipulado pelas leis básicas, enquanto o Governo Popular Central da RPC é responsável pelas relações exteriores e defesa em relação às RAEs, representantes dos governos das RAEs podem participar como membros de delegações da RPC, em negociações diplomáticas que afetam diretamente as Regiões, e em outras organizações internacionais ou conferências limitadas a Estados e afetando a região. Para aquelas organizações internacionais e conferências não limitadas a Estados, as RAEs podem participar usando os nomes nos formatos de Hong Kong, China e Macau, China. Como são entidades econômicas diferentes, tanto a RAE de Hong Kong quanto a de Macau são membros da Organização Mundial de Comércio. Hong Kong também é uma das economias-membras da APEC.

As leis básicas também fornecem proteção constitucional para vários direitos humanos fundamentais e liberdades.

Alguns observadores internacionais e organizações de direitos humanos expressaram preocupação sobre o futuro da liberdade de expressar opiniões políticas e no futuro da liberdade de Hong Kong. Eles consideraram, por exemplo, o Artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong (que foi revogado devido à oposição em massa), que poderia ter reduzido liberdades. Alguns também criticaram a influência de Pequim nos desenvolvimentos democráticos em Hong Kong, que poderia reduzir a autonomia da RAE.

Os governos da República Popular da China e de Hong Kong consideram que o sistema foi implantado com sucesso, citando relatórios oficiais do Reino Unido e dos Estados Unidos. Enquetes públicas também mostraram que entre as várias áreas de governância, o público está satisfeito com o nível de liberdades que possuem.

Taiwan

O sistema também foi proposto pelo governo da RPC para Taiwan, mas o governo da República da China recusou a oferta (também já foi dito que o sistema foi inicialmente concebido para Taiwan). Já foram propostas também alterações para um sistema militar taiwanês. O conceito de um país, dois sistemas tende a ser muito impopular em Taiwan, com enquetes mostrando 80% de oposição à idéia contra apenas 10% de apoio. Todos os maiores partidos do país, incluindo aqueles que tendem a apoiar a reunificação chinesa, são fortemente contra um país, dois sistemas.

Tibete

O 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, expressou interesse em utilizar o princípio para governar o Tibete. Ele disse que sob tal sistema ele retornaria de seu exílio à região. O governo da RPC, no entanto, vê um país, dois sistemas como inaplicável ao Tibete porque o Tibete já é parte da China e teme que o princípio sirva como ponte para uma independência formal tibetana.

China – História – parte V: República Popular da China

(1949 – 1970)

Primeiras reformas

Os primeiros anos do novo regime comunista foram voltados para a reconstrução do país. O primeiro passo foi atender ao consenso formado pelos moradores do campo, a reforma agrária. Além disso, o controle pelo Estado da economia foi implantado e a inflação foi controlada, a poligamia foi proibida e os direitos sindicais foram ampliados.

Em 1950, Mao Tsé-Tung se alia à União Soviética, integrando-se à Guerra Fria. Tropas chinesas chegaram a participar da Guerra da Coréia em 1950 e 1951, ao lado da Coréia do Norte, contra os Estados Unidos e a Coréia do Sul. Em 1950, a China ocupou e anexou o Tibete ao seu território.

A aliança com a URSS foi importante para outras partes da economia e um plano qüinqüenal foi adotado nos moldes soviéticos. A China recebeu bastante ajuda soviética: dinheiro, armas, tecnologia, engenheiros, médicos e pesquisadores. Os chineses tentavam construir o socialismo de acordo com as receitas da URSS. Foram criadas cooperativas rurais e fazendas do Estado, milhões de adultos aprenderam a ler e escrever, e a indústria pesada foi priorizada o que a fez ter um crescimento razoável.

A partir de 1952, com enormes manifestações operárias de apoio ao governo comunista, grandes empresas foram expulsas pelo Estado; pouco a pouco já não havia mais burgueses na China.

Políticas adotadas

Após a morte do ditador soviético Josef Stálin, em 1953, o PCC mostrou autonomia em relação à URSS. Em 1956, lança a Campanha das Cem Flores, para estimular os debates públicos e diminuir o poder da burocracia partidária. Mao Tsé-tung disse: "Que cem flores desabrochem , que cem escolas compitam". As críticas foram maiores do que era esperado. Os camponeses e operários reclamavam que não tinham mais atenção. Alertava-se contra o crescimento do poder do Partido e sua burocratização. Preocupado com a estabilidade, o PCC censurou as críticas reagindo com a Campanha Antidireitista e milhares de intelectuais são perseguidos, presos e mortos.

Em 1958, foi adotada a política do Grande Salto Adiante, com o slogan "três anos de esforços e privações, mil anos de felicidade" e os planos qüinqüenais foram deixados de lado, voltando a atenção para a agricultura. O projeto tinha a ambição de transformar a China em uma potência econômica e igualitária em um tempo muito curto.

Para isso foram exigidos grandes esforços á população, cargas de horários diárias de dezesseis horas por dia para conseguir níveis de produção sobre-humanos. Foram criadas as grandes Comunas Populares, grandes fazendas com autonomia financeira, grande igualdade de salários, com escolas e hospitais gratuitos e também oficinas e pequenas fábricas. Eram espécies de pequenas comunidades distribuídas pelo país.

No entanto, o projeto do Grande Salto foi um fracasso. Boa parte dos hospitais e escolas rurais não puderam se sustentar por falta de recursos. A indústria pouco se desenvolveu. Portanto, em 1966, essa política foi abandonada. O grande salto em frente resultou numa grande fome que no espaço de um ano matou cerca de quinze milhões de pessoas.

Em 1959, Mao Tse-Tung é afastado do poder pelo PCC pelo fracasso do último projeto. Liu Shaoqi é escolhido presidente em Abril de 1959. Tse-Tung, porém, continua tomando decisões em relação à política externa do país, intensificando as criticas à URSS.

A partir de então, foram surgindo as primeiras evidências do conflito entre os chineses e os soviéticos. A URSS suspende a ajuda econômica e militar à China. Em 1960, chegam a acontecer violentos incidentes militares, nas fronteiras desses países.

Já desde 1959, Shaoqi, presidente do país, e os dirigentes partidários favoráveis a uma política econômica mais tradicional, disputavam poder com Mao Zedong (Mao Tse-Tung).

Em 1966, se inicia um período de intensos conflitos políticos e ideológicos. Então Mao Tse-Tung, para consolidar sua influência no partido e no governo, lança a Grande Revolução Cultural Proletária. A Revolução Cultural teve grande repercussão na vida chinesa e causou desordem no país por um bom tempo. Fora do país foi inspiração para outros movimentos radicais.

1971 a 1983 - Disputa pelo poder

Em 1971, Lin Piao morreu causando a perda do grande poder do exército. A partir de então, duas correntes prevaleceram: a dos centristas liderados por Zhou Eniai e pelo vice-primeiro-ministro Deng Xiaoping; e a dos radicais liderados por Jiang Qing, esposa de Tse-Tung, e pelo grupo de Shanghai, mais tarde conhecido por “Bando dos Quatro”.

Ainda em 1971, a China se aproximou diplomaticamente dos Estados Unidos. Quando a URSS ocupou o Afeganistão em 1979, a China aliou-se aos EUA para fornecer armas para os guerrilheiros muçulmanos afegãos que combatiam os ocupantes soviéticos. A melhora das relações internacionais com a China não parou nesse fato. Em 1971, a China Popular entrou para a ONU e Taiwan, ao contrário, foi excluída da mesma.
A morte de Zhou En Lai, no principio de 1976, traz o inicio da crise política novamente. Hua Guofeng torna-se primeiro-ministro e com a morte de Mao Tse-Tung, Hua e o PCC, fizeram campanha contra os radicais que foram presos e condenados à morte, porém a pena foi comutada para prisão perpétua.

Em 1978, o desenvolvimento econômico foi colocado como prioridade e uma nova política, a das Quatro Modernizações – indústria, defesa, agricultura, ciência e tecnologia – foi adotada.

Em 1982, foi estabelecida a nova Constituição e Li Xiannian foi eleito presidente da República no ano seguinte.

 

China – História – parte IV: República da China (1912 - 1949)

O período republicano foi uma etapa de grandes convulsões políticas e sociais, marcada pela independência virtual de amplas zonas de China, sob o controle dos chamados "senhores da guerra", e pelos numerosos confrontos bélicos, especialmente a Segunda Guerra Sino-Japonesa e, a partir de 1945, a guerra civil entre o Kuomintang, o partido político que dominava as instituições da República e o Partido Comunista Chinês.

A vitória dos comunistas na guerra civil, sob a liderança de Mao Zedong (Mao Tsé- Tung), em 1949, pôs fim ao regime da República no continente chinês, com a proclamação da nova República Popular Chinesa. O exército comunista, no entanto, nunca conseguiu ocupar a ilha de Taiwan, única província chinesa na qual se manteve até a atualidade o regime da República de China.

China – História – Parte III: o declínio da monarquia

As duas Guerras do Ópio e o tráfico daquela droga foram custosos para a Dinastia Qing e o povo chinês. O tesouro imperial quebrou duas vezes, por conta do pagamento de indenizações devidas às guerras e à grande evasão de prata causada pelo tráfico de ópio. A China sofreu duas fomes extremas vinte anos após cada uma das Guerras do Ópio nos anos 1860 e 1880, quando a Dinastia Qing se mostrou incapaz de acudir a população. Tais eventos tiveram um profundo impacto ao desafiar a hegemonia de que os chineses gozavam na Ásia há séculos e mergulharam o país no caos.

Uma vasta revolta, a Rebelião Taiping, fez com que cerca de um-terço do país passasse ao controle de um movimento religioso pseudo-cristão chefiado pelo "Rei Celestial" Hong Xiuquan. Somente ao cabo de catorze anos é que as forças qings lograram destruir o movimento, em 1864. Estima-se que a rebelião teria causado entre vinte e cinqüenta milhões de mortos.

Os líderes qing suspeitavam da modernidade e dos avanços sociais e tecnológicos, que viam como ameaças ao seu controle absoluto sobre a China. Por exemplo, a pólvora, que havia sido largamente empregada pelos exércitos das Dinastias Sung e Ming, fora proibida pelos qings ao assumirem o controle do país. Por este e outros motivos, a dinastia encontrava-se despreparada para lidar com as invasões ocidentais.

O Imperador Guangxu procurou lidar com a necessidade de modernizar o país por meio do Movimento de Auto-Fortalecimento. Os "novos exércitos" qings (treinados e equipados conforme o modelo ocidental) foram fragorosamente derrotados na Guerra Sino-Francesa (1883-1885) e na Guerra Sino-Japonesa (1894-1895).

No início do século XX, o Levante dos Boxers, um movimento conservador anti-imperialista que pretendia fazer o país regressar a um estilo de vida tradicional, ameaçou o norte da China. A imperatriz regente, provavelmente com o fito de garantir o seu controle sobre o governo, apoiou os boxers quando estes avançaram sobre Pequim. Em reação, a chamada Aliança dos Oito Estados invadiu a China. Composta de tropas britânicas, japonesas, russas, italianas, alemãs, francesas, norte-americanas e austro-húngaras, a aliança derrotou os boxers e exigiu mais concessões do governo qing.

A sensação de debilidade da China imperial, agravada pelas derrotas militares frente às potências estrangeiras, como nas guerras do ópio, levou a muitos setores da pequena burguesia chinesa a propor a necessidade de reformas políticas que permitissem à China conseguir o desenvolvimento econômico e social que haviam atingido as potências ocidentais e levou a criação da República.

China – História – parte II: China Imperial

Dinastia Qin: o início da China imperial (221 – 206 a.C.)

Os historiadores costumam denominar de China Imperial o período entre o início da Dinastia Qin (século III a.C.) e o fim da Dinastia Qing (no começo do século XX). Embora seu reinado sobre uma China unificada tenha durado apenas doze anos, o imperador Qin subjugou grande parte do que se constitui no cerne das terras chinesas e uni-las sob um governo altamente centralizado com sede em Xianyang (a atual Xian). A doutrina do legalismo, pela qual se orientava o imperador, enfatizava a observância estrita de um código legal e o poder absoluto do monarca. Tal filosofia, embora muito eficaz para expandir o império pela força, não servia para governar em tempo de paz. Os qins promoveram o silenciamento brutal da oposição política.

A Dinastia Qin é famosa por ter iniciado a Grande Muralha da China, que foi posteriormente ampliada e aperfeiçoada durante a Dinastia Ming. Incluem-se entre as demais contribuições dos qin, a unificação do direito, da linguagem escrita e da moeda da China, bem-vindas após as tribulações dos períodos da Primavera e do Outono e dos Reinos Combatentes. Até mesmo algo tão prosaico como o comprimento dos eixos das carroças teve que ser uniformizado de modo a permitir um sistema comercial viável que abrangesse todo o império.

Dinastia Han: uma fase próspera ( 206 a.C. – 220 d.C.)

A Dinastia Han emergiu em 202 a.C., como a primeira a adotar a filosofia do confucionismo, que se tornou a base ideológica de todos os regimes chineses até o fim da China Imperial. Durante esta fase, a China logrou grandes avanços nas artes e nas ciências. O Imperador Wu consolidou e ampliou o império, permitindo abrir as primeiras ligações comerciais entre a China e o Ocidente: a Rota da Seda.

Depois de uma fase de instabilidade, o Imperador Guangwu reinstituiu a Dinastia Han, sediada agora em Luoyang, próximo a Xian. A Rebelião do Turbante Amarelo, protagonizado pelos camponeses, estalou em 184 e resultou numa era de chefes guerreiros. No caos subseqüente, três Estados buscaram a preeminência durante o chamado Período dos Três Reinos (220 – 278).

Dinastia Jin e Grupos Étnicos não-hans ( 278 – 581)

Embora os três grupos tenham sido temporariamente unificados em 278 pela Dinastia Jin, os grupos étnicos não-hans controlavam boa parte do país no início do século IV e provocou a criação de diversos Reinos com breves dinastias não-chinesas, que incluíam os ancestrais dos turcos, mongóis e tibetanos.

Dinastia Sui: reunificação ( 581 – 618)

A Dinastia Sui reunificou o país em 581, após quase quatro séculos de fragmentação política na qual o norte e o sul se desenvolveram independentemente.

Dinastia Tang: a volta da prosperidade (618 – 907)

Em 18 de junho de 618, Gaozu tomou o poder e estabeleceu a Dinastia Tang. Iniciou-se então uma era de prosperidade e inovações nas artes e na tecnologia. O budismo, que se havia instalado gradualmente na China a partir do século I, tornou-se a religião predominante e foi adotada pela família imperial e pelo povo.

Os tangs, da mesma forma que os hans, mantiveram abertas as rotas comerciais para o Ocidente e para o sul; diversos comerciantes estrangeiros fixaram-se na China.

Período das Cinco dinastias e dez reinos

Cinco regimes sucederam-se rapidamente no controle do tradicional coração territorial do país, no norte, enquanto que dez regimes mais estáveis ocupavam porções do sul e do oeste da China.

Divisão política: os liaos, os sungs, os xias ocidentais, os jins

Em 960, a Dinastia Sung (960-1279) logrou controlar a maior parte da China e escolheu Kaifeng para sua capital, dando início a um período de prosperidade econômica, enquanto que a Dinastia Liao governava a Manchúria e a Mongólia. Em 1115, subiu ao poder a Dinastia Jin (1115-1234) e aniquilou a Dinastia Liao. Tomou a China setentrional e Kaifeng das mãos da Dinastia Sung. A China encontrava-se então dividida entre a Dinastia Jin, ao norte, a Dinastia Sung Meridional, ao sul, e os xias ocidentais, a oeste.

Os mongóis e a Dinastia Yuan (1279 – 1368)

O Império Jin foi derrotado pelos mongóis, que em seguida subjugaram os sungs meridionais. Com isto, a China foi mais uma vez unificada, mas agora como parte de um vasto Império Mongol. Neste período, Marco Polo visitou a corte imperial em Pequim. Os mongóis dividiam-se então entre os que preferiam manter sua base nas estepes e aqueles que desejavam adotar os costumes dos chineses hans. Um destes era Kublai Khan, neto de Gêngis Khan e fundador da Dinastia Yuan, a primeira a governar toda a China a partir de Pequim.

Dinastia Ming: nova hegemonia dos hans (1368 – 1644)

O forte sentimento popular hostil ao governo "estrangeiro" levou a rebeliões camponesas que terminaram por repelir os mongóis de volta às estepes e a instituir a Dinastia Ming em 1368.

Durante o governo mongol, a população havia sido reduzida em 40 por cento, para um total estimado em 60 milhões de pessoas. Dois séculos depois, a população dobrara de tamanho, o que deu causa a uma maior urbanização e à maior complexidade da divisão do trabalho. Surgiram pequenas indústrias, dedicadas à produção de papel, seda, algodão e porcelana, em especial em grandes centros urbanos como Pequim e Nanquim. Prevaleciam, porém, as pequenas cidades com mercados que comerciavam principalmente comida mas também alguns itens manufaturados, como alfinetes e azeite.

Talvez devido ao passado camponês do imperador, o sistema econômico Ming enfatizava a agricultura, ao contrário do que fizeram as Dinastias Sung e Mongol, cujas finanças se baseavam no comércio. As grandes propriedades rurais foram confiscadas pelo governo, divididas e arrendadas. Proibiu-se a escravidão privada, o que fez com que os camponeses com a posse da terra predominassem na agricultura. Tais políticas permitiram aliviar a pobreza causada pelos regimes anteriores.

O Imperador procurou ampliar a influência da China além de suas fronteiras, ao exigir que outros governantes lhe enviassem embaixadores para pagar tributo. Construiu-se uma grande marinha, inclusive navios de quatro mastros com deslocamento de 1.500 t. Criou-se um exército regular de um milhão de homens. As forças chinesas conquistaram parte do que é hoje o Vietnã, enquanto que a frota imperial navegava pelos mares da China e o Oceano Índico, chegando até a costa oriental da África. Os chineses estenderam sua influência até o Turquestão. Diversas nações asiáticas pagaram tributo ao imperador. Internamente, o Grande Canal foi ampliado, com impacto positivo sobre o comércio. Produziam-se mais de 100.000 t de ferro por ano. Imprimiam-se livros com o uso da tipografia. O palácio imperial da Cidade Proibida atingiu então ao seu atual esplendor. Enfim, o período Ming parece ter sido um dos mais prósperos para a China. Também foi naquela época que o potencial do sul da China veio a ser totalmente explorado. O testemunhou a última ampliação da Grande Muralha da China.

Dinastia Qing (1644-1911)

A Dinastia Qing  foi fundada após a derrota dos Mings, a última dinastia han chinesa, pelas mãos dos manchus. Estes, anteriormente conhecidos como jurchens, invadiram a China a partir do norte no final do século XVII. Embora os manchus fossem conquistadores estrangeiros, adotaram rapidamente as tradicionais regras de governo confucianas e terminaram por governar na mesma linha das dinastias nativas anteriores.

Os manchus obrigaram os hans a adotar o seu estilo de penteado e de vestimenta, sob pena de morte.

Para evitar uma assimilação completa pela sociedade chinesa, os manchus estabeleceram um sistema de "oito estandartes" (ou "bandeiras"), divisões administrativas - oriundas de tradições militares manchus - nas quais as famílias manchus se distribuíam. Os manchus na China empregavam a sua própria língua, mantinham suas tradições, como o tiro com arco e o hipismo, e detinham privilégios econômicos e legais nas cidades chinesas.

Ao longo do meio século seguinte, os manchus consolidaram o seu controle sobre o território antes pertencente aos mings e ampliaram sua esfera de influência para incluir Xinjiang, o Tibete e a Mongólia.

O século XIX testemunhou o enfraquecimento do governo Qing, em meio a grandes conflitos sociais, estagnação econômica e influência e ingerência ocidentais. O interesse britânico em continuar o comércio de ópio com a China colidiu com éditos imperiais que baniam aquela droga viciante, o que levou à Primeira Guerra do Ópio, em 1840. O Reino Unido e outras potências ocidentais, inclusive os Estados Unidos, ocuparam "concessões" à força e ganharam privilégios comerciais. Hong Kong foi cedida aos britânicos em 1842 pelo Tratado de Nanquim. Também ocorreram naquele século a Rebelião Taiping (1851-1864) e o Levante dos Boxers (1899-1901). Em muitos aspectos, as rebeliões e os tratados que os qings se viram forçados a assinar com potências imperialistas são sintomáticos da incapacidade do governo chinês em reagir adequadamente aos desafios que enfrentava a China no século XIX.

China – História – parte I : Antigas Dinastias

A história da China está registrada em documentos que datam do século XVI a.C. em diante e que demonstram ser aquele país uma das civilizações mais antigas do mundo com existência contínua. Os estudiosos entendem que a civilização chinesa surgiu em cidades-Estado no vale do rio Amarelo. O ano 221 a.C. costuma ser referido como o momento em que a China foi unificada na forma de um grande reino ou império. As dinastias sucessivas desenvolveram sistemas de controle burocrático que permitiriam ao imperador chinês administrar o vasto território que viria a ser conhecido como a China.

Dinastia Shang (XVI – XI a.C.)

O registro mais antigo do passado da China data da Dinastia Shang, possivelmente no século XIII a.C., na forma de inscrições divinatórias em ossos ou carapaças de animais.

Os historiadores chineses de períodos posteriores habituaram-se à noção de que uma dinastia sucedia a outra, mas sabe-se que a situação política na China primitiva era muito mais complexa. Alguns acadêmicos sugerem que os xias e os shangs talvez fossem entidades políticas que co-existiram, da mesma maneira que os zhous foram contemporâneos dos shangs.

Dinastia Zhou (XI – 256 a.C.)
No final do II milênio a.C., a Dinastia Zhou, inicialmente de caráter semi-feudal, emergiu no vale do rio Amarelo e terminou por invadir os shangs. Os zhous eram um povo que vivia a oeste dos shangs e seu chefe havia sido nomeado por estes últimos como "protetor ocidental". Naquele período, o rei zhou invocou o conceito do "Mandato dos Céus" para legitimar o seu governo, uma idéia que influenciaria quase todas as dinastias subseqüentes.

Período das Primaveras e dos Outonos
No século VIII a.C., o poder político tornou-se descentralizado, durante o chamado Período das Primaveras e dos Outonos. Naquele período, chefes militares locais empregados pelos zhous começaram a agir com autonomia e a disputar a hegemonia. A situação agravou-se com a invasão de outros povos a partir de nordeste, como os qins (ou chins), o que forçou os zhous a mover sua capital a leste. Isto marca a segunda grande fase da Dinastia Zhou: os zhous orientais. Em cada um das centenas de Estados que vieram a surgir (alguns meros vilarejos com um castelo), potentados locais detinham a maior parte do poder político e sua subserviência aos reis zhous era apenas nominal. Este período viu surgir movimentos intelectuais e filosóficos influentes como o confucionismo, o taoísmo, o legalismo e o moísmo, parcialmente como reação às mudanças políticas da época.

Os Reinos Combatentes.

Após um processo de consolidação política, restavam, no final do século V a.C., sete Estados proeminentes. A fase durante a qual estas poucas entidades políticas combateram umas contra as outras é conhecida como o Período dos Reinos Combatentes. Durante a época dos Estados Combatentes. Os sete principados que disputaram a supremacia neste período eram: Zhao, Wei, Han, Qiu, Qi, Yan e Chu.

A figura de um rei zhou continuou a existir até 256 a.C., mas apenas como chefe nominal, sem poderes concretos. A fase final deste período começou durante o reinado de Ying Zheng, rei de Qin. Após lograr a unificação dos outros seis Estados e anexar outros territórios nos atuais Zhejiang, Fujian, Guangdong e Guangxi em 214 a.C., proclamou-se o primeiro Imperador (Qin Shi Huangdi).

China – Mudança de planos no. 107

Como não podia ser diferente, principalmente por causa das proporções territoriais, mas também porque tivemos pouco tempo para estudar o assunto durante nossa turbulenta estadia na Turquia, mudamos nossos planos de viagem na China.

Os novos planos são de entrar na China Grande (como temos chamado) hoje, pela cidade de Shenzen, onde encontraremos o Beto (filho de uma amiga da mãe de uma amigo do JH, complicado, não? mas o contado deu certo), que mora na Ásia há 16 anos, e nos dará umas dicas de viagens, da mesma maneira que a Paulinha nos ajudou quando chegamos no Egito. De Shenzen vamos passear pela região, e lá pelo dia 11 de fevereiro, voltaremos para Hong Kong, para no dia 12 embarcamos para Taiwan, onde passaremos 11 dias em companhia do Chi, um amigo de infância do JH, que mora em Taipei. Lá passaremos o Ano Novo Chinês, com sua família.

De Taiwan, voltamos para Hong Kong para um novo visto de entrada na China (as coisas não são muito complicadas no consulado chinês, fomos nós quem fizemos esta bagunça, mas nos pareceu mais razoável, pois assim passarremos o feriado com o Chi e evitaremos o tumulto rodoviário e ferroviário comum nesta época na China Grande), de onde seguiremos para Beijing, para embarcamos no trem rumo Mongólia.

De volta da Mongólia, entraremos na China pela terceira e última (durante esta viagem) vez, e nesta etapa o trajeto ainda não é certo, mas com certeza iremos a Xi’an para ver os famosos Soldados de Terracota, e de lá partiremos em uma jornada para o Tibete.

Bom, é claro que tudo isto vai mudar. Manterei vocês informados.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

China – Transporte Público em Hong Kong

O transporte público de Hong Kong é super eficiente, organizado, informatizado e barato.

Olhem só o metrô que vai até a Disney:

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IMG_0652Como a cidade tem muita gente, tudo precisa ser de 2 andares, desde os ônibusIMG_0776 até os “trams” (o nosso trolebus, ou ônibus elétrico)IMG_0766.      

Um detalhe, algumas linhas do metrô ligam ilhas, então elas correm debaixo do mar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Vida Bate

Ferreira Gullar

Não se trata do poema do homem
e sua vida
- a mentida, a ferida, a consentida
vida já ganha e já perdida e ganha
outra vez.
Não se trata do poema e sim da fome
de vida,
o sôfrego pulsar entre constelações
e embrulhos, entre engulhos.
Alguns viajam, vão
a Nova York, a Santiago
do Chile. Outros ficam
mesmo na Rua de Alfândega, detrás
de balcões e guichês.
Todos te buscam, facho
de vida, escuro e claro,
que é mais que a água na grama
que o banho no mar, que o beijo
na boca, mais
que a paixão na cama.
Todos te buscam e só alguns te acham. Alguns
te acham e te perdem.
Outros te acham e não te reconhecem
e há os que se perdem por te achar,
ó desatino,
ó verdade, ó fome
de vida!
O amor é difícil
mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.
E estamos na cidade
sob as nuvens e entre as águas azuis.
A cidade. Vista do alto
ela é fabril e imaginária, se entrega inteira
como se estivesse pronta.
Vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade
é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
Mas vista
de perto,
revela seu túrbido presente, sua
carnadura de pânico: as
pessoas que vão e vêm
que entram e saem, que passam
sem rir, sem falar, entre apitos e gases. Ah, o escuro
sangue urbano
movido a juros.
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas. És Antônio?
És Francisco? És Mariana?
Onde escondeste o verde
clarão dos dias? Onde
escondeste a vida
que em teu olhar se apaga mal se acende?
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas dentro, no coração
eu sei,
a vida bate, Subterraneamente,
a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Dellhi,
sob as penas da lei,
em teu pulso,
a vida bate.
E é essa clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde
debruçada à janela de meu quarto em Ipanema
na América Latina.

China – Hong Kong – Eu me sinto bem maior do que eu era antes!

Escolhi passar meu aniversário na Disney IMG_0681, foi a segunda vez que comemorei no parque, há 14 anos estava em Orlando.

O parque de Hong Kong não é tão grande como o dos Estados Unidos, mas é tão bem detalhado quantoIMG_0758.

Os shows são excelentes.

Aqui as atrações são mais para crianças pequenasIMG_0701 do que para as crianças grandes, mas nos divertimos um bocado:

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IMG_0703 IMG_0710Achei bem interessante ver a mistura de 2 mundos tão distantes, e alguns personagens (não os principais) com olhinhos puxados… IMG_0717 IMG_0723 IMG_0738 IMG_0739 IMG_0748  

domingo, 24 de janeiro de 2010

China – Hong Kong

Após a Primeira Guerra do Ópio, a Ilha de Hong Kong se tornou uma colônia do Império Britânico em 1842. A colônia foi ampliada nos termos da Convenção de Pequim (1860) e a Convenção para a Extensão do Território de Hong Kong (1898). Hong Kong foi reclassificado como um território britânico cargo em 1983, até a sua soberania ser transferida para a República Popular da China (RPC) em 1997, como uma zona especial.

Conhecida pelos seus arranha-céusIMG_0623

e por seu profundo porto naturalIMG_0615, a sua identidade como um centro cosmopolita onde o Oriente encontra o Ocidente se reflete em sua gastronomia, cinema,música e tradições. A população da cidade é de 95% da chinesa e 5% de outros grupos étnicos. Com uma população de 7 milhões de habitantes e uma área de 1.054 km², Hong Kong é uma das áreas mais densamente povoadas do mundoIMG_0644.

Hoje sentimos o fuso horário, só acordamos à uma da tarde, então não deu para passear tanto, visitamos uns shoppings (gigantes! só um tinha 6.000 lojas de marcas famosas), o porto, onde fica a calçada da famaIMG_0632, um mercado noturno (bugigangas de todos os tipos a preço de banana) e um parque muito bonito. Os preparativos para o Ano Novo Chinês, que acontecerá dia 14 de fevereiro, já começaram, e como este ano será o ano do Tigre, tem tigres em todos os lados. Os enfeites são lindos IMG_0613  

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Tomamos suco desta fruta, chamada Dragon Fruit, mais bonita do que gostosa.

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Obs.: Como acordamos tarde, não deu para fotografar muito bem, mas nos próximos dias, colocarei muitas fotos no blog.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Notas Importantes

Queridos leitores do “Ali Depois da Esquina”, tenho 2 assuntos importantes para tratar neste post:

Primeiro, segunda-feira é meu aniversário, então não se esqueçam de mandar os Parabéns.

Segundo, ainda não sabemos como será a censura na China, em relação ao Blog. Que é censurado já sabemos, mas ainda não sei se será como na Síria, censurado só para leitura, ou se postagens também serão proibidas. Amigos disseram que é só leitura, mas só saberemos lá.

Outra coisa que ainda não temos certeza é o local onde a censura acontece, provavelmente em Hong Kong e Taiwan vai ser tudo liberado.

Nosso plano de viagem é chegar em Hong Kong no sábado, descansar, e na segunda-feira dar entrada no visto para Taiwan, comprar as passagens e passar 1 semana lá. Depois voltamos para Hong Kong, para tirar o visto para a China (HK é uma zona especial, não precisamos de visto), e entrar no país. Lá ficaremos 2 meses e meio, contando os 15 dias que passaremos na Mongólia em fevereiro.

A Primeira alternativa que pensei para solucionar este pequeno probleminha foi criar um blog na UOL, que é um site brasileiro, e deve ser liberado. Assim, se este blog ficar mais de 1 semana sem receber novas postagens, acesse http://alidepoisdaesquina.zip.net/ .

 

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Islamismo é a religião que mais cresce no mundo

Atualmente, o islamismo é a religião que mais cresce no mundo. São 16% a mais de fiéis a cada ano. O número de seguidores já é maior que o do cristianismo e já passou da casa de 1,1 bilhão - 20% do total de habitantes do planeta. Mais da metade desse número está na Ásia. Os Estados Unidos são, hoje, o lar de quase 4 milhões de muçulmanos, cinco vezes mais do que em 1970. Quase metade deles são negros. Há trinta anos, a França tinha onze mesquitas e hoje já são mais de 1.000.

No início da década de 70, a Inglaterra possuía 3.000 muçulmanos. Agora, eles são 1 milhão. No Brasil, o número de seguidores de Maomé também cresce com rapidez. Há quarenta anos, o país abrigava uma única mesquita. Hoje são 52, freqüentadas por cerca de 2 milhões de fiéis. Dez anos atrás os seguidores de Alá no país eram todos descendentes de imigrantes árabes. Atualmente, milhares de brasileiros da gema já rezam virados para Meca.

Segundo pesquisadores que analisam o crescimento islâmico, o grande diferencial da religião e motivo principal da sua expansão é o contato direto com Alá, sem intermediários. Isso faz do Islã uma religião extremamente acessível. Já que não existe hierarquia e a fé pode ser praticada em qualquer lugar.

A ligação entre a carnificina provocada pelos terroristas muçulmanos e as raízes verdadeiras da fé islâmica é o maior problema enfrentado nos dias atuais pela religião mais praticada do planeta. Dezenas de milhões de pessoas, em especial no Ocidente, confundem o islamismo com uma prática religiosa radical e raivosa, que convoca seus seguidores a matar inocentes, permite (e recompensa) o suicídio em nome de Deus e não tolera crenças diferentes. De acordo com a esmagadora maioria dos especialistas, religiosos e fiéis, contudo, a verdadeira face do Islã é exatamente oposta: a de uma fé que estimula o entendimento e desencoraja o conflito.

A própria origem do termo Islã - ou "rendição", em árabe - está ligada à palavra salam, que significa "paz". O fundador do islamismo, o profeta Maomé, dedicou sua vida à tentativa de promover a paz em sua terra, a Arábia. Antes do Islã, as tribos árabes estavam presas num círculo vicioso de ataques, revides e vinganças. O próprio Maomé e seus primeiros seguidores escaparam de dezenas de tentativas de assassinato e de uma grande ofensiva para exterminá-los em Meca. O profeta teve de lutar, mas em nome da própria sobrevivência - quando acreditou estar a salvo, passou a dedicar-se exclusivamente à reconciliação das tribos, através de uma grande campanha ideológica de não-violência. Quando morreu, no ano de 632, a meta havia sido cumprida - e justamente em função de seus ensinamentos sobre paz e tolerância.

Quando revelou a base da crença islâmica pelos versos do Corão, Maomé convivia com uma guerra em larga escala em sua terra. Assim, muitas passagens das escrituras sagradas dos muçulmanos tratam de conflitos armados, da execução de inimigos, da guerra em nome de sua crença. Os terroristas e radicais de hoje, contudo, gostam de citar o Corão apenas nos trechos em que se convoca a luta, e não nos versos em que se prega a paz e o entendimento. Pouco depois do ataque de 11 de setembro de 2001, a escritora americana Karen Armstrong, autora de vários livros sobre a religião islâmica, compilou alguns desses versos. A seguir, alguns deles:

• No Corão, os muçulmanos recebem a ordem de Deus para "eliminar os inimigos onde quer que eles estejam". A frase é uma das preferidas de Osama bin Laden e seus discípulos do terror. No verso seguinte, contudo, a mensagem é a segunte: "Se eles deixarem-no em paz e não fomentarem guerra, e oferecerem a paz, Deus não permite que sejam machucados".

• O texto sagrado dos muçulmanos diz que a única forma aceitável de guerra é aquela conduzida em auto-defesa. Os muçulmanos jamais devem iniciar as hostilidades. A guerra é sempre manifestação do mal, indica o Corão, mas às vezes é preciso lutar para preservar seus valores - ou, como fez o profeta Maomé em Meca, para combater perseguições e se livrar dos opressores.

• Em certo trecho, o Corão cita a Torá, escritura sagrada dos judeus, ao dizer que é permitido ao muçulmano retribuir uma agressão - olho por olho, dente por dente. O texto ressalta, porém, que perdoar e deixar de lado as vinganças em nome de um espírito de caridade é uma atitude digna de mérito e admiração.

• Quando a guerra é necessária e justificada, as hostilidades contra o inimigo devem acabar logo que for possível. A guerra termina quando o inimigo acena com um gesto de paz. O Corão também diz que os outros povos, mesmo quando forem inimigos, jamais devem ser forçados a seguir a crença dos muçulmanos: "Não deve haver coerção nos assuntos da fé!"

• Na mais famosa distorção a respeito da doutrina muçulmana, a palavra "jihad" é traduzida no Ocidente como "guerra santa" - quando, na verdade, equivale a "luta", "esforço", "empenho". O termo se refere ao esforço que deve ser empregado para que a vontade de Deus seja colocada em prática em todos os aspectos da vida - não só na política, como também na vida pessoal e social. Há relatos de que Maomé disse certa vez, ao retornar de uma batalha: "Estamos voltando da jihad menos importante para a jihad maior", que seria a tentativa de curar os males da sociedade.

• O Corão diz que os "Povos das Escrituras", os cristãos e judeus - principais alvos dos extremistas islâmicos hoje, - devem ser respeitados. Em um de seus últimos discursos, o profeta Maomé teria dito: "Formamos nações e tribos para que conhecessem uns aos outros" - ou seja, não para que os povos conquistassem outros povos e tentassem oprimir suas crenças.

Reação à modernidade - Se a brutalidade contra outros povos e religiões é proibida, se a guerra é uma manifestação do mal, se o inimigo só pode ser atacado se agredir primeiro, por que os radicais muçulmanos continuam usando a religião para justificar seus atos de terrorismo? Para quase todos os especialistas, essa pergunta não tem uma resposta sensata - o que significa que a luta dos extremistas é, de fato, ilegítima e injustificada. Na avaliação de Karen Armstrong, a forma militante de culto religioso surgida no século XX sob a classificação de fundamentalismo é uma reação à modernidade. Seus seguidores estão convencidos de que a sociedade liberal e secular visa acabar com a religião - assim, os princípios de sua fé acabam desvirtuados e distorcidos em nome de uma luta irracional. Desta forma, enxergar em Osama bin Laden e em seus seguidores terroristas uma representação legítima da tradição e da fé islâmica é um erro gravíssimo. Resta à maioria dos muçulmanos, que condenam os atos terroristas e as interpretações radicais das escrituras, a árdua missão de reverter essa imagem e reforçar as raízes pacíficas de sua crença.

Meu Oriente Médio

A idéia era passar 5 semanas, ficamos 12.

Além de ser o berço da civilização moderna, é território de conflitos intermináveis e da religião que mais cresce e espanta.

Foi legal entender e desmistificar o islamismo, aprender sobre as sucessões de Impérios, que se desenvolveram e se transformaram nas nações de hoje, conhecer um clima e paisagens diferentes, e de quebra comer uma comida deliciosa.

A mudança  no roteiro valeu demais.

Agora, que venha a China!

Minha Turquia

Logo que cheguei, me senti em casa. Primeiro porque alguma coisa na comida me lembrava o Brasil (acho que eram os restaurantes tipo self-service da estrada), e segundo as pessoas, que são muito simpáticas e alegres.

A Turquia é bela e bizarra! Aqui vimos monstros mitológicos, afrescos bizantinos em cavernas, montanhas revestidas de cálcio, 2 das sete maravilhas do mundo antigo (mesmo que só as ruínas) e 1 do mundo medieval, algumas cidades romanas, as ruínas da Lícia e paisagens de cair o queixo. Tudo isso sem contar Istambul, que é um mundo a parte.

Istambul é uma cidade muito bonita, muito histórica, muito interessante e extremamente organizada, porém achei bem diferente do resto do país, visitar só Istambul é não conhecer a verdadeira Turquia.

Os preços são mais ou menos os mesmos do Brasil, mais cara que o Oriente Médio, a África e, provavelmente, Ásia, mas mais baratos que o resto da Europa.

Transporte público excelente (só pegamos taxi 1 vez, em um mês), hotéis limpos e confortáveis e ótimas conexões de internet.

AMEI! AMEI! AMEI! (Sei que já está virando clichê, mas não tenho outras palavras…) A volta com certeza já está marcada….

Turquia – Istambul – Estreito de Bósforo

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 IMG_0501O Bósforo é um estreito que divide em duas partes a cidade de Istambul, conectando o Mar de Mármara com o Mar Negro e separa fisicamente a Europa e a Ásia. IMG_0530

Há duas pontes sobre esse estreito. A Ponte do Bósforo de 1074 m de comprimento foi completada em 1973IMG_0571. A segunda ponte, Ponte Fatih Sultão Mehmet possui 1014 m de comprimento, foi completada em 1988 e se encontra a cinco quilômetros ao norte da primeira ponte. Estas pontes unem Istambul com as cidades asiáticas de Üsküdar e KadikovIMG_0538, mas durante a metade do século XX acabou se conurbando com Istambul. IMG_0589

  IMG_0441          Um túnel ferroviário de 13,5 km está sendo construído, aproximadamente 1.400 km do túnel estão abaixo do estreito, com um máximo 56 m abaixo o nível da água.

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Turquia – Istambul – Palácio Topkapi

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Topkapı significa "porta do canhão". Foi construído por Mehmet II, o conquistador, logo após a conquista de Constantinopla, em 1453, e foi a residência dos sultões por três séculos.

Atualmente suas muitas salas abrigam diferentes museus. O das jóias imperiais impressiona pelo tamanho das pedras preciosas e a quantidade. Mas mais interessante é o museu das reliquias religiosas. Lá vimos a espada do Rei Davi (aquele do Golias), o cajado do Moisés, o turbante de Abraão, o braço do João Batista (era um braço mesmo), um pedaço da pedra sagrada de Meca, a barba e um dente de Maomé. Tudo isso foi coletado pelos sultões nas suas muitas conquistas, se são realmente pertences originais, eu não sei, provavelmente não, mas nos proporcionou uma ótima aula de história religiosa e algumas risadas. Infelizmente, não era permitido tirar fotografia.

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Eita, Mundo Pequeno!

Meu primo Rogério me avisou, uns dias antes do Natal, que o João Paulo estava na Turquia, mas quem iria imaginar que a gente se encontraria quase no fim de janeiro, em uma rua super movimentada no centro de Istambul?

O mundo é muito pequeno mesmo…

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Turquia – Istambul – Basílica de Santa Sofia

IMG_0317      980 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia Sofya   A Basílica de Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia, ou Igreja do Divino Conhecimento, é um imponente edifício construído entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla e que foi convertido em mesquita em 1453 até ser transformado em museu, em 1935. Foi considerada uma das sete maravilhas do mundo medieval.   

A primeira grande igreja no local foi construída pelo Imperador Constâncio, filho de Constantino o Grande, mas foi destruída durante a Revolta de Nika de 532. O edifício foi reconstruído em sua forma atual entre 532 e 537 sob a supervisão pessoal do imperador Justiniano I (algumas colunas possuem seu anagrama979 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia Sofya) . É considerada o exemplo principal da arquitetura bizantinaIMG_0285

. De grande importância artística, seu interior foi decorado com mosaicos e colunas e esculturas de mármore. A riqueza e o nível artístico da basílica teria levado Justiniano a dizer, quando entrou pela primeira vez na basílica: - "Glória a Deus, que eu seja julgado pelo valor da minha obra".

Seus arquitetos foram Isidoro de Mileto e Antemio de Tralles, professores de geometria da Universidade de Constantinopla. Hagia Sophia é coberta por uma abóbada central com 31 m de diâmetro e 55,6 m de altura968 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia SofyaIMG_0288.

Durante 900 anos, a basílica foi a sede do Patriarca ortodoxo de Constantinopla e o principal cenário para cerimônias imperiais978 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia Sofya. Hagia Sophia foi convertida em uma mesquita971 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia Sofya após a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos comandados pelo SultãoMehmed II, em 1453. Seus ricos mosaicos figurativos foram cobertos com emplastroIMG_0280. Por quase 500 anos, foi a principal mesquita de Istambul e serviu como modelo para muitas das grandes mesquitas otomanas da cidade.

Em 1935, Kemal Atatürk ordenou a sua secularização e a basílica converteu-se em museu. Não obstante, os mosaicos coloridos remanesceram emplastrados na maior parte, e o edifício deteriorou-se. Uma missão da UNESCO em 1993 notou queda do emplastro, revestimentos de mármore sujos966 Turkey - Istanbul - Sultanahmed -Hagia Sofya , janelas quebradas, pinturas decorativas danificadas pela umidade e falta de manutenção na ligação da telhadura. Desde então a limpeza, a telhadura e a restauração têm sido empreendidas. Os excepcionais mosaicos do assoalho e da parede que estavam cimentados desde 1453 agora são escavados gradualmente.

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Assista o vídeo: http://mais.uol.com.br/view/1108501