"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Dicas para quem quer fazer a Travessia Lapinha Tabuleiro

Gente, atendendo a pedidos, aí vão umas dicas úteis sobre a Travessia Lapinha-Tabuleiro.

Telefones Úteis:

Telefone do Sr. Wando, que faz o resgate: 31 85039032 (foi ele também quem contactou Pousada do Sr. Waldir);

Telefone da Dona Maria e do Seu Zé: 31 96529156;

A Dona Ana Benta não tem telefone (na verdade tem, mas não funciona), mas é só chegar lá, que ela arranja pouso, banho e rango.

Uma outra opção de pernoite é na casa do Seu Chico, que fica mais próximo à parte alta da cachoeira do Tabuleiro, o Ricardo anotou o telefone dele, assim que eu conseguir, atualizo este post.

 Estrada:

Saindo de São José dos Campos-SP, pegamos a Dom Pedro, depois a Fernão Dias. Em BH, seguimos para Serra do Cipó, e de lá existe uma estrada para Santana do Riacho, um bom trecho desta estrada é de terra, mas ela está sendo pavimentada, e a parte pronta está muito boa, são uns 120km;

A estrada que liga Santana do Riacho à Lapinha da Serra, onde começa a trilha, é bem ruim, demoramos uns 40 minutos para fazer este percusso.

Pernoites:

Antes e depois da trilha, eu recomendo fazer o pernoite em Santana do Riacho, apesar de Lapinha da Serra ser bem mais bonitinha, e ter muitos opções de restaurantes, pois as acomodações são bem mais baratas e fica mais perto da estrada no dia da volta.

Na Trilha, acho que vale a pena dormir na casa da Dona Ana, do Seu Zé ou do Seu Chico, mas também dá para acampar na estrada.

Mapas

A gente usou o GPS, e achamos bem útil, pois não encontramos nenhum mapa bom na net, e a trilha é meio confusa em alguns lugares.

Dias de Caminhada

É possível fazer a trilha em 2 dias, mas com 3 dias, aproveita-se melhor.

domingo, 10 de julho de 2011

Brasil – Minas Gerais – Travessia Lapinha/Tabuleiro

Imagem 071 

Como feriado este ano é raridade, e agora a gente depende deles para viajar, tínhamos ínumeras opções de destinos. Uma coisa era certa, iríamos caminhar pelo menos 2 dias, e a Carol e o Ricardo 252 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - mirante da cachoeira do Tabuleiro (nossos companheiros de caminhadas, escaladas, rangos e copos de vinho) iriam conosco (ou a gente iria com eles ?). Depois de muita discussão, resolvemos fazer a travessia que liga o vilarejo de Lapinha da Serra à cachoeira do Tabuleiro, cruzando a Serra do Espinhaço, de oeste a leste, na região denominada de Serra do Cipó, localizadas a uns 100 quilômentros nordeste de Belo Horizonte, ou seja, longe pra caramba.

Depois de quase 10 horas de viagem, na quinta-feira às 2 da matina, fomos recebidos pelo Seu Waldir, Dona Maria do Rosário e o resto da família, em sua casa/pousada. Onde nos acomodamos magnificamente para umas 6 horinhas de descanso, seguidos por um delicioso café-da-manhã mineiro. As 9:00 já estávamos com as mochilas prontas para começar a caminhada. Já havíamos acertado com um taxista local, o Seu Wando (quem, aliás, arranjou o nosso local de pernoite), para fazer nosso resgate, ou seja, levar para Lapinha da Serra013 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia e buscar na Cachoeira do Tabuleiro , 2 dias depois. O carro ficou lá na pousada do Seu Waldir.

O primeiro dia de caminhada foi muito tranquilo, cruzamos vários riachos 121 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia , subimos uns morrinhos Imagem 014 (mas nenhuma pirambeira), descemos um campão bem bonito 115 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia , com muitas flores do campo065 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia036 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia, Sempre-Vivas e um capinzinho que lembrava muito o Capim Dourado lá do Deserto do Jalapão 068 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia e descansamos um monte. A gente mais ficou parado olhando a paisagem, conversando e comendo (levamos muiiiitttaaaaa comida) do que andou. No meio da tarde, 137 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia chegamos na casa da Dona Ana Benta, uma senhorinha, que mora sozinha, lá no meio do nada, onde só se chega a cavalo ou a pé, 141 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta mas nem a energia elétrica chegou ainda. A casa dela, apesar de simples é uma graça, o jardim florido149 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta , a horta é de dar inveja157 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta , e os bichos são muito bem cuidado, tinha de tudo, 151 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta 186 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta     181 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta   172 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta 171 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta  , cachorro, galinha, vaca e até um papagaio que pergunta ‘Como cê tá?’161 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta e não tem asas cortadas, tampouco vive em gaiola, e deve ser a companhia nos dias de solidão da Dona Ana.

A casa da Dona Ana é parada quase que obrigatória pra quem faz esta trilha. Ela cede o quintal para camping, esquenta água no forno a lenha para o banho (num sistems de serpentinas bem interessante), serve café, faz o jantar e bate um bom papo com qualquer um que passe por lá. Como a gente chegou cedo(outros grupos chegram pelo menos umas 2 horas depois de nós), ficamos um tempão conversando com a Dona Ana. Ela nos mostrou a horta, que tinha vários tipos de laranja, um monte de verduras, uva, cana e até o café que ela nos serviu (tipo mineiro, fraco e doce) foi plantado, colhido, torrado e moído ali naquele quintal. Depois montamos acampamento e tomamos um banho quentinho, que eu nunca tinha tido a oportunidade de tomar em uma travessia destas. Só aí começou a chegar mais gente. Quando a noite caiu, deveriam ter umas 20 pessoas ali, na cozinha.

Não tínhamos certeza se haveria jantar pra gente na casa da Dona Ana, já que ela não tem telefone (na verdade tem, mas não funciona), então levamos nosso próprio jantar, e tenho que admitir, Que Jantar (acho que eu e Carol – o Ricardo ajudou também190 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta- estamos ficando cada vez melhor neste negócio de cozinhar no fogareiro, principalmente depois do advento da Vapza – que são aquelas comidas ou ingredientes cozidos e embalados à vácuo), fizemos escondidinho de carne seca com mandioca, molho branco, queijo e, o toque especial, couve fresquinha, colhida na hora189 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 1o. dia - casa da Dona Ana Benta  . Após um dedinho de proza com a minerada, desmaiamos no saco de dormir.

O segundo dia de caminhada foi um pouco mais intenso. Quase não paramos nas primeiras 3 ou 4 horas até a casa do Seu José e da Dona Maria, nosso camping da segunda noite. A casa é bem parecida com a da Dona Ana, mas tem energia elétrica e telefone. Almoçamos, deixamos as mochilas num cantinho e seguimos para a parte alta da cachoeira do Tabuleiro (o ponto forte da travessia). A cachoeira é bem alta259 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - mirante da cachoeira do Tabuleiro e o rio que desemboca nela é meio escondido       , formando um corredor de pedras222 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - parte alta da cachoeira do Tabuleiro223 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - parte alta da cachoeira do Tabuleiro 226 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - parte alta da cachoeira do Tabuleiroque acaba em um paredão de 273 metros (terceira maior do país)228 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - parte alta da cachoeira do Tabuleiro234 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - parte alta da cachoeira do Tabuleiro. Um visual incrível257 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 2o. dia - mirante da cachoeira do Tabuleiro. Voltamos quase no escuro para a casa do Seu José. E, nesta  noite, comemos uma comidinha caseira de forno a lenha, deliciosa, carne cozida, salada, farofa de frango, arroz, feijão, macarrão e um suquinho de limão-cravo. Depois banho quente e cama (quer dizer, saco).

No último dia, acordamos com o café cheirando forteImagem 060 e um queijinho minas curado delicioso e banana, que só vieram a acrescentar um gostinho de roça ao nosso café-da-manhã, canjica (embalada à vácuo é claro) com leite condesado e côco ralado. Daí desarmamos acampamento e seguimos para a entrada do parque estadual, onde chegamos após umas 2 ou 3 horas de caminhada. Largamos as malas na portaria e descemos para o poção da cachoeira, mais 1 hora de descida, e já estávamos tomando banho naquela água gelada. O visual ali também é muito bonito306 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 3o. dia- descida no poção da cachoeira do Tabuleiro 322 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 3o. dia- descida no poção da cachoeira do Tabuleiro 311 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 3o. dia- descida no poção da cachoeira do Tabuleiro Imagem 068 Imagem 072 Imagem 073 Imagem 076  . Depois mais 1 hora de subida e o Seu Wando já estava esperando por nós na portaria. Tínhamos ainda mais quase 3 horas de estrada, por isso paramos no vilarejo homônimo à cachoeira, no tradicional restaurante Rupestre, para um saudoso (esta foi nossa segunda viagem para lá, por isso não víamos a hora de comer) pastel de Angú337 - Travessia Lapinha-Tabuleiro - 3o. dia- povoado de Tabuleiro - pastel de angú .

Chegamos na casa do Seu Waldir, e o cheiro do jantar que a Dona Maria do Rosário tinha preparado para nós, estava no ar.  Daí foi, comida, cama e um longo dia de viagem.

Serra dos Órgãos - 2007

IMG_6885