"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

sábado, 22 de janeiro de 2011

México – História Resumida – Parte II – Da Colonização Espanhola à Independência

A Conquista Espanhola

Em 1519, as civilizações nativas do México foram invadidas pela Espanha, e dois anos mais tarde em 1521, a capital dos astecas, Tenochtitlan, foi conquistada por uma aliança entre espanhóis e tlaxcaltecas (os inimigos principais dos astecas).  O mais importante dos conquistadores foi Hernan Cortés, que entrou no país a partir de uma vila costeira que ele rebatizou de Puerto de la Villa Rica de Vera Cruz (hoje a cidade de Veracruz). Contrariamente ao que geralmente se pensa, a Espanha não conquistou a totalidade do México em 1521 e passariam ainda dois séculos antes que tal sucedesse, havendo durante esse período rebeliões, ataques e guerras continuadas por parte de outros povos nativos contra os espanhóis.

Os astecas, a potência dominante no país, acreditavam (de acordo com mitos antigos) na tradição do regresso de Quetzalcóatl num ano Ce-Acatl. O calendário Pré-Colombiano era dividido em ciclos ou períodos de 52 anos. Cada 52º ano era um ano Ce-Acatl sendo 1519 um desses anos. Os astecas acreditavam que os conquistadores espanhóis eram enviados dos deuses (de acordo com os estudiosos ortodoxos), tendo oferecido pouca resistência aos seus avanços. (Ironicamente, Cortés não menciona este episódio nas suas cartas ao Rei Carlos V de Espanha.)

Após uma importante batalha em 1519, na qual as forças espanholas foram derrotadas e obrigadas a bater em retirada, e se reagruparam-se fora do Vale do México.  Passados oito meses estavam de regresso, tendo ao seu lado um contingente ainda maior de nativos seus aliados. Por esta altura a varíola, trazida pelos espanhóis, havia dizimado a população asteca, reduzindo drasticamente a capacidade de combate das forças astecas. A capital Tenochtitlan foi sitiada, tendo este facto conduzido à derrota total dos astecas em1521. Apesar das suas armas de metal, cavalos, canhões e milhares aliados indígenas, os espanhóis levaram sete meses inteiros para conseguir a capitulação dos astecas. Tratou-se de um dos mais longos cercos continuados da história mundial.

Foram três os principais fatores contribuintes para a vitória espanhola. Em primeiro lugar, os espanhóis possuíam tecnologia militar superior, incluindo armas de fogo, bestas, armas de ferro e aço e cavalos. Outros aliados dos espanhóis foram as várias doenças do Velho Mundo que haviam levado com eles (principalmente a varíola), para as quais os nativos não tinham qualquer imunidade e que acabariam por tornar-se pandémicas, dizimando uma grande parte da população nativa. Por último, os espanhóis conseguiram fazer seus aliados vários povos sob o domínio do Império Asteca que viam os espanhóis como o meio de se libertarem do poder asteca, destacando-se de entre eles os Tlaxcaltecas.

Período Colonial

Com a conquista, os espanhóis criaram um novo grupo étnico: os mestiços, resultado do fato de os conquistadores tomarem mulheres indígenas como medida preventiva contra a revolta dos nativos começando assim a mistura de ambas culturas.

A Inquisição Espanhola, bem como a sua descendente, a Inquisição Mexicana, continuaram a operar nas Américas até à declaração da independência do México.

Durante o período colonial, que durou de 1521 a 1810, o México era conhecido como Nueva España ou Nova Espanha, cujos territórios incluíam o que é hoje o México, as ilhas espanholas das Caraíbas, a América Central até à Costa Rica inclusive e uma área que continha o sudoeste dos Estados Unidos da América. A maior parte destas terras era dominada por proprietários espanhóis e os seus descendentes brancos. Na realidade, a política e a economia do México colonial eram totalmente dominadas pelos europeus. A seguir vinham os mestiços e os povos indígenas ocupavam o degrau mais baixo da sociedade.

A Independência Mexicana

A luta pela independência começou em 1810, liderada por Miguel Hidalgo, um padre de ascendência espanhola. Após a invasão da Espanha por Napoleão I e a colocação do irmão deste no trono espanhol, os conservadores mexicanos e os ricos proprietários, apoiantes da família real espanhola da Casa de Bourbon mostraram-se contrários às políticas napoleônicas comparativamente mais liberais . Assim nasceu no México uma aliança à primeira vista improvável: de um lado os liberales, ou liberais, que defendiam um México democrático; do outro os conservadores que pretendiam um México governado por um monarca de Bourbon, que restaurasse o anterior status quo. As duas partes acabaram por concordar que o México deveria tornar-se independente e decidir o seu próprio destino.

As figuras mais proeminentes da guerra da independência do México foram o padre José Maria Morelos y Pavón, Vicente Guerrero e o general Agustín de Iturbide. A guerra prolongar-se-ia por onze anos até à entrada do exército de libertação na Cidade do México em 1821. Assim, ainda que proclamada em 1810, a independência só foi conseguida em 1821, com a assinatura do Tratado de Córdoba, que ratificava o Plano de Iguala. Foram signatários deste tratado o vice-rei espanhol Juan O'Donojú e Agustín de Iturbide.

Em 1821 Agustín de Iturbide, um antigo general espanhol que havia passado para o lado das tropas independentistas, autoproclamou-se imperador (oficialmente tratava-se de uma medida temporária, até que se conseguisse persuadir um membro da realeza europeia a tornar-se monarca do México). Uma rebelião contra Iturbide em 1823 levou à criação dos Estados Unidos Mexicanos. Em 1824 Guadalupe Victoria tornou-se o primeiro presidente do novo país; o seu nome de batismo era Félix Fernandez tendo escolhido o seu novo nome por motivos simbólicos: Guadalupe como agradecimento pela proteção da Nossa Senhora de Guadalupe, e Victoria pela vitória obtida.

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