"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

História da Rússia: O Império Russo

anov, e iniciou o processo de expansão territorial, até a Revolução Russa, de 1917.Sucedeu o chamado domínio tsarista, e antecedeu a União Soviética. Por toda a sua existência esteve sob a soberania da Casa Romanov.

Foi o segundo maior império contíguo e o terceiro maior império da história; a certo ponto, em 1866, se estendia da Europa do Leste, percorria toda a Ásia e chegava à América do Norte: no início do século XIX passou a ser o maior país do mundo, com um território que ia do oceano Ártico, no norte, ao mar Negro, no sul, e do mar Báltico, no oeste, ao oceano Pacífico, no leste.

Por todo este vasto império estavam distribuídos os 176,4 milhões de súditos do imperador russo, a maior população do mundo na época. Esta população apresentava grandes disparidades econômicas, étnicas e religiosas. Em 1913 a riqueza do império era calculada em 257,7 bilhões de dólares, e seu governo era uma das últimas monarquias absolutistas existentes na Europa. Até a Primeira Guerra Mundial, em1914, a Rússia costumava ser considerada uma das cinco chamadas "Grandes Potências" do continente europeu, com um exército de mais de 5 milhões de homens, o maior do mundo à época.

Devido ao autoritarismo do sistema Czarista, a insatisfação popular tanto de burgueses (com a falta de autonomia política), quanto do restante da população (por estar em um estado de grande pobreza) foi criado no Império o primeiro partido político de baseado em ideais Marxistas, em 1898: O Partido Social-Democrata Russo (POSDR). Já antes de 1905, o Império Russo passava por uma grave crise política. Desde a emancipação dos servos (1861), o país vivia uma rápida transição do feudalismo para o capitalismo. Os servos haviam sido libertados, mas permaneciam na mesma situação de miséria. A construção da Ferrovia Transiberiana e as mudanças econômicas atraíram o capital estrangeiro e estimularam uma rápida industrialização em Moscou, São Petersburgo, Baku, bem como na Ucrânia, suscitando a formação de um operariado urbano e o crescimento da classe média. Essas classes eram favoráveis a reformas democráticas no sistema político. Entretanto, a nobreza feudal e o próprio czar procuraram manter o absolutismo russo e sua autocracia intactos a qualquer custo.

O desempenho desastroso das forças armadas russas na guerra russo-japonesa (1904 - 1905) intensificou essas contradições, sendo essa derrota considerada como causa imediata da Revolução de 1905.

Em 1905, houve o chamado "ensaio-geral" da revolução, onde um milhão e meio de pessoas, liderados pelo padre ortodoxo e membro da Okhrana, Gregori Gapone, marcharam em direção ao Palácio de Inverno do Czar Nicolau II, reivindicando reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura , a presença de representantes do povo no governo e melhores condições de vida. O Czar, em resposta, ordenou à morte de todos os participantes com os tiros de soldados. Esse episódio ficou conhecido como o Domingo Sangrento. Em resposta a esta ação repressiva contra operários desarmados, em toda a Rússia rebentaram greves políticas de massas e manifestações sob a palavra de ordem de "Abaixo a autocracia!". Os acontecimentos de 9 de janeiro deram início à revolução de 1905-1907.

Com a entrada na Primeira Guerra Mundial o Império passou à sofrer de forma intensa os problemas econômicos e sociais, havendo um aumento das manifestações contra o governo, que continuava à reprimir seus opositores. Integrantes do POSDR ao participarem das manifestações convenciam soldados e camponeses dos ideais revolucionários. Até que no dia 27 de fevereiro de 1917, soldados, operários e camponeses tomam as ruas e invadem o Palácio do Czar Nicolau II. Inicia-se aí um processo revolucionário que levará à Revolução de Outubro de 1917, o primeiro regime socialista da História.

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