"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Rússia – A vida no vagão – Parte II

Bom, agora que as rotas estão devidamente esclarecidas e todo mundo já sabe que não existe só um trem transiberiano, posso passar para a seguinte etapa da explicação: como é a viagem nestes trens.

São basicamente 3 classes de vagões: primeira, segunda e terceira.

  • Como bons seguidores da filosofia que é sempre melhor começar com o pior, porque assim o melhor fica muito melhor, os primeiros trechos foram na terceira classe, com o povão. Vagazão para 50 pessoas, dividos em compartimentos de 6 camas, inferiores e superiores, sendo 2 delas no corredor. Um fator interessante é que a cama inferior se transforma em uma mesinha com dois bancos, assim dá para jogar um baralhinho e comer mais confortavelmente.Tenho que admitir que nestas linhas, não tão distantes de Moscou, a terceira classe é muito boa.Foram noites tranquilas de sonos, alguns roncos distantes, uns cheiros de comida defumada distante, mas tudo muito difundido em um grande ambiente. O banheiro não é lá aquelas coisas, mas na hora do aperto, foi…

Porém tentamos um trecho na terceira classe, já lá depois de Tomsk, e não rolou, só tinha homem no vagão, sem ar condicionado, com tudo fechado, um cheiro de chulé, daí fizemos um upgrade para a segunda.

  • A segunda classe é dividida em cabines fechadas, com 4 camas, duas superiores e 2 inferiores. No primeiro trecho que fizemos na segundona, dividimos a cabine com um casal de velhinhos quietinhos, eles nem conversavam direito, foi uma maravilha, apesar do cheiro de cigarro do marido e de eles definirem a hora de apagar a luz, de abrir a janela,… Já a segunda viagem foi terrível, pois nossos companheiros de cabines era uma casal barulhento, que estava comendo uma comida fedorenta há dias, e nos obrigavam a comer tudo (o Julio até que gostou de um bolinho que eles comiam chamado Pirog – ou algo parecido, mas tenho certeza que ele só gostou porque tinha acabado de ler um livro, em que o personagem, na beira da morte, lembrava do pirog a mãe preparava, pois o negócio tava horrivel…). De qualquer maneira, a viagem tava chata, mas tava indo até a mulher começar a roncar. Daí não deu mais, a sorte que a responsável pelo vagão me deixou dormir em uma cabine especial, reservada somente para a companhia de trem, ams que estava vazia naquele momento.

Os outros trechos na segunda classe foram tranquilos.

  • Já a primeira classe, como bons mochileiros, não sentimos nem o cheiro….

Os trens também variam bastante, alguns são velhos, outros novinhos, inclusive com televisão na cabine.

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