"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

terça-feira, 13 de julho de 2010

Malásia - História

A Malásia está localizada no sudeste da Ásia e ocupa a parte sul da península Malaia (Malásia ocidental) e a maior parte do norte da ilha de Bornéu (Malásia oriental), somando uma área de aproximadamente 330 mil km². A maioria da população (cerca de 25 milhões de pessoas) vive na Malásia ocidental, separada da Malásia oriental por 644 km do Mar da China Meridional. Planícies baixas e pantanosas cobrem a maior parte da costa do país, cujo clima predominante é o equatorial. As áreas do interior são montanhosas e cobertas de florestas. Kuala Lumpur é a capital e a maior cidade do país, com cerca de 1,5 milhões de habitantes.

A Malásia é um dos maiores produtores mundiais de madeira, borracha natural, estanho e componentes eletrônicos. É uma das nações mais desenvolvidas do sudeste asiático e um importante destino turístico. Os habitantes são, basicamente, malaios (59%), chineses (35%) e indianos (9%) . As diferenças culturais entre os grupos étnicos já causaram problemas políticos e sociais na Malásia, tendo em vista que cada grupo tem sua religião. O islamismo é a regilião oficial de 47,7% da população (especialmente dos malaios), mas religiões como crenças populares chinesas 24,1%, cristianismo 8,3%, hinduísmo 7,3%, budismo 6,7% também fazem parte do país.

História

Aproximadamente em 100 d.C., os malaios viviam em povoados espalhados pela Península Malaia, que se tornou uma das passagens obrigatórias na rota de comércio entre a China e a Índia. Os comerciantes indianos difundiram o Budismo e o Hinduísmo entre os malaios. Do séc. IX ao XV, os reinos malaios budistas e hindus lutaram pelo controle da península. No início do séc. XV, o príncipe de Malaca, um reino na costa sudoeste, converteu-se ao Islã. À medida que a cidade assumia o controle das áreas próximas, a religião muçulmana difundia-se entre os malaios.

Os portugueses conquistaram Malaca em 1511, mas perderam-na para os holandeses em 1641. Em fins do séc. XVIII, os ingleses começaram a estabelecer postos de comércio na península e nas ilhas próximas e, em 1826, formaram uma colônia constituída por Malaca, pela ilha de Pinang e por Cingapura, que recebeu o nome de Estabelecimentos dos Estreitos. Durante o séc. XIX e início do séc. XX, eles assumiram o controle de Sabah, Sarawak e de nove Estados malaios da península.

O Japão conquistou todo o Sudeste Asiático durante a Segunda Guerra Mundial, mas finalmente foi derrotado pelos Aliados. Depois da guerra, os ingleses recuperaram seu domínio. Em 1948, houve uma insurreição comunista no local, que fracassou ainda nos anos de 1950. A Malásia tornou-se independente em 1957. Cingapura, Malásia, Sabah e Sarawak uniram-se em 1963 e formaram a Federação da Malásia. Cingapura saiu da federação em 1965, depois de desentendimentos com o governo da Malásia.

A Federação da Malásia desenvolveu uma das economias mais fortes do Sudeste Asiático. Mesmo assim, a nova nação enfrentou muitos problemas. As diferenças culturais provocaram atritos, às vezes violentos, entre os malaios e os chineses residentes no país. Os comunistas da Malásia e outros rebeldes engajaram-se numa luta de guerrilha contra o governo.

A ascensão de Abdul Razak em 1970 marcou o início da transformação econômica do país. A descoberta de grandes jazidas de petróleo e a chegada de investimentos japoneses deram início a um acelerado crescimento, que permitiu melhorar os indicadores sociais. Com a morte de Razak em 1976, Hussein Onn assumiu o cargo de primeiro-ministro, dando continuidade ao processo de internacionalização da economia e aos investimentos sociais. No entanto, as diferenças econômicas entre malaios (pobres) e chineses (ricos) não diminuíram, e a insatisfação popular provocou uma onda de protestos e o aumento da repressão política.

Em 1981, a aplicação do recém-criado estatuto de segurança permitiu a execução de 20 oposicionistas, a maioria ligada à guerrilha comunista que atuava no interior do país. Nesse mesmo ano, Mahathir bin Mohamad assumiu o poder e endureceu ainda mais em relação à oposição, que denunciou a existência de corrupção generalizada no governo anterior. O crescimento econômico que se seguiu diminuiu a pressão sobre o governo nos anos seguintes. Mas, em 1988, uma nova onda de protestos surgiu na Malásia, sendo respondida com uma grande perseguição aos líderes da oposição.

Esses escândalos enfraqueceram o governo, que, para vencer as eleições de 1990, foi obrigado a fazer concessões à oposição. Por outro lado, a crise do Socialismo no mundo se refletiu no país com o enfraquecimento da guerrilha comunista que, nesse mesmo ano, fez um acordo com o governo, depôs as armas e se transformou num partido político.

Em 1992, os sultões, sentindo-se desprestigiados, começaram a pressionar o governo, exigindo uma descentralização maior do poder, o que criou um clima de grande instabilidade. A polêmica chegou ao Parlamento e, em 1994, uma emenda foi aprovada, centralizando ainda mais o poder.

A crise financeira do Sudeste Asiático em 1997 abalou a economia do país e obrigou o ministro das Finanças, Anwar Ibrahim, a adotar um modelo de austeridade que resultou em corte nos gastos sociais e aumento do desemprego, o que provocou violentos protestos populares, duramente reprimidos pelo governo.

Em 1998, Anwar Ibrahim foi demitido e acusado de corrupção e homossexualismo - considerado crime na Malásia. Sua prisão, após liderar um protesto contra Mohamad, causou novas manifestações. Levado a julgamento, é condenado, em 1999, a uma pena de seis anos por corrupção. No entanto, em 2000, Anwar é condenado a nove anos de prisão por sodomia, o que amplia sua pena para 15 anos.

Ainda em 1999, foi eleito rei da Malásia o sultão do estado de Selangor, Salahuddin Abdul Aziz Shah, de 73 anos. Abdul Aziz morreu em novembro de 2001. Assumiu em seu lugar Tuanku Syed Sirajuddin, sultão de Perlis, estado situado no norte do país.

Em outubro de 2003, o primeiro-ministro Mahathir bin Mohamad renunciou ao cargo após 22 anos no poder, período em que modernizou a economia da Malásia e transformou o país num dos tigres asiáticos(grupo de países do sudeste da Ásia que apresentaram crescimento acelerado nas últimas duas décadas do séc. XX). Seu vice, Abdullah Ahmad Badawi, assumiu o cargo. Nas eleições gerais antecipadas de março de 2004, a coalizão governista BN é a grande vitoriosa, ao conquistar 198 das 219 cadeiras em disputa. O Partido da Ação Democrática elege 12 parlamentares. Abdullah inicia novo mandato como premiê. O ex-ministro Anwar Ibrahim é libertado em setembro do mesmo ano.

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