"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Líbano – um pouco da História

O Líbano é um dos quinze países contemporâneos que ocupam a região que é considerada o Berço da Humanidade. É a pátria histórica dos fenícios, negociantes semíticos cuja cultura marítima floresceu na região durante mais de 2 000 anos.

O território em que hoje se enquadra o Líbano entrou na história escrita por volta de 3000 a.C.. A sua faixa costeira era habitada por um povo semita, os Cananeus, aos quais os Gregos deram o nome de Fenícios, devido ao fato de venderem uma tinta púrpura (phoinikies) feita a partir de um molusco (o Haustellum brandaris).

A Fenícia não existia enquanto entidade política centralizada, já que se encontrava dividida em várias cidades-estado, como Tiro, Sídon e Biblos (hoje Djebail). Devido à natureza do território, os Fenícios voltaram-se para o mar, que usaram para desenvolveram a atividade comercial.

Biblos, uma das mais importantes cidades fenícias, mantinha relações com o Antigo Egito do tempo do Império Antigo, para onde exportava azeite, vinho e madeiras.

As relações da Fenícia com o Egito foram interrompidas por volta do século XVII a.C., quando os Hicsos invidiram o país dos faraós. Depois de Ahmés, primeiro faraó da XVIII dinastia, ter expulso os Hicsos, iniciou-se um período de dominação egípcia sobre a Fenícia.

A decadência do Egito a partir do século XIV a.C. permitiu à Fenícia reconquistar a sua independência no século XII a.C.. A cidade de Tiro emerge então como potência deste período, estabelecendo relações políticas com o reino de Israel (casamento do rei Acab com a fenícia Jezabel).

Mestres na arte da navegação, os Fenícios viriam a fundar entrepostos comerciais na bacía do Mediterrâneo, no Chipre, no norte de África (Útica e Cartago) e na Península Ibérica (Cádis).

Entre 875 a.C. e 608 a.C. as cidades fenícias perderam a sua independência para a Assíria, embora tivessem tentado reconquistá-la através de várias revoltas. No fim do século VII a Assíria foi destruída pela nova potência da região, a Babilônia.

As revoltas tornaram-se ainda mais comuns durante o período de dominação da Babilônia. Tiro protagonizou uma revolta, tendo resistido durante treze anos ao cerco imposto pelas tropas de Nabucodonosor. O domínio babilônico terminou quando Ciro II conquistou a Babilônia em 539-38 a.C.

Após a morte de Alexandre Magno em 323 a.C., o seu império seria dividido entre os seus generais. Num primeiro momento as cidades fenícias foram controladas pela Dinastia Ptolemaica do Egipto, fundada por Ptolemeu I; a partir de cerca de 200 a.C. estas passaram para o domínio dos Selêucidas, que as mantiveram até à conquista romana de Pompeu em 64 a.C.

A Fenícia foi incluída na província romana da Síria. A cidade de Beirute foi alvo de um importante programa de obras públicas durante o reinado de Herodes, o Grande, tendo lhe sido atribuído o estatuto de colônia pelo imperador Augusto.

Na Alta Idade Média foi tomada pelos Árabes e anexada a Síria. Sendo próxima a capital do Califado, Damasco, houve um desenvolvimento razoável na região. Durante as cruzadas, foi ocupado pelos cruzados, que estabeleceram capital em Trípoli e submeteram a Igreja Maronita à Igreja Católica Romana. Por funcionar com um sistema feudal, o Líbano foi rápidamente retomado pelos Árabes, e pouco depois, pelo Império Otomano.

Depois do colapso do Império Otomano que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações atribuiu à França o mandato sobre as cinco províncias que compõem o Líbano atual.

A moderna constituição libanesa, delineada em 1926, especifica um balanço no poder político entre os grupos religiosos principais, nomeadamente entre os muçulmanos e os maronitas.

O país obteve a independência em 1943, e as tropas francesas retiraram em 1946. A história libanesa desde a independência tem sido marcada por períodos alternados de estabilidade política e convulsões, entremeados com a prosperidade adquirida pela posição de Beirute como um centro regional de finanças e negócios.

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