"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

sábado, 28 de novembro de 2009

Jordânia - Uma nova velha história

A Jordânia é um país novo com uma longa história. Nascida das ruínas da Segunda Guerra Mundial, o país atual está a leste do Rio Jordão e pode ostentar o fato de ter hospedado algumas das mais antigas civilizações do mundo.
A região nunca foi o centro de um grande império, mas sempre parte de algum, pois sua posição estratégica assegurou que todas as grandes recentes civilizações (egípcios,israelitas, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, muçulmanos árabes, cruzadas cristãs, turcos otomanos e, finalmente, os britânicos) passassem por lá. Estas construiram cidades, comércios e lutaram guerras nesta região, deixando ricas influências culturais.
Existem evidências arqueológicas do que provavelmente foram as primeiras cidades do mundo, datadas de 9000 a.C. Não existem muitos registros do que ocorreu nesta época remota. Por volta de 2500 a.C.,os Semitas formaram uma colônia ao redor do rio Jordão em uma área chamada Canaã
Entre as várias civilizações que se estabeleceram nesta região, e invasões como a dos babilônios de Alexandre o Grande, a presença mais expressiva é a dos nabateus, um povo nômade que constrói uma próspera civilização na área, beneficiando-se do controle das importantes rotas de caravanas localizadas na região.
Durante a invasão bizantina, entre os séculos III e IV d.C., muitas igrejas foram construídas na região. No século VII, forças islâmicas, cada vez mais crescente na região, suplantaram o poder bizantino, criando o estado com capital em Damasco, na Síria, alterando a religião e a língua, do grego para o árabe.
As invasões seguem ocorrendo ao longo dos séculos, como é comum na história destes países. Entre os eventos mais marcantes, pode-se mencionar a alternancia de poder entre os cruzados e islâmicos. Depois com a chegada dos mongóis. E finalmente com a ocupação dos turcos otomanos do seculo XV até a 1. guerra mundial.
No fim da Primeira Guerra Mundial, o território que agora compreende Israel, Jordânia, o Banco do Oeste, a Faixa de Gaza e Jerusalém foi concedido ao Reino Unido, assim como o controle da Palestina e Transjordânia. Em 1922, a Grã-Bretanha dividiu o controle estabelecendo o semi-autônomo Emirado da Transjordânia, regido pelo príncipe Hashemita Abdullah, enquanto continuou a administração da Palestina sob um alto comissário britânico. O domínio sob a Transjordânia acabou em 22 de Maio de 1946; em 25 de Maio, o país tornou-se o independente Reino Hashemita da Transjordânia. O tratado especial de defesa com o Reino Unido acabou em 1957.

A Transjordânia foi um dos Estados árabes que se moveu para ajudar os nacionalistas Palestinos contrários à criação de Israel em Maio de 1948, e tomou parte na guerra entre os estados árabes e o recentemente fundado Estado de Israel. O armistício de 3 de Abril de 1949 deixou a Jordânia com o controle da Cisjordânia e garantiu que as linhas de demarcação do armistício não prejudicariam futuras conlonizações territoriais ou fronteiras.
Em 1950, o país foi renomeado para “o Reino Hashemita da Jordânia” para incluir aquelas porções da Palestina anexadas pelo Rei Abdullah. Enquanto reconhecia a administração jordaniana sobre a Cisjordânia, os EUA mantiveram a posição que a soberania definitiva era assunto para um futuro acordo.
A Jordânia assinou um pacto de defesa mútua em Maio de 1967 com o Egito, e participou na guerra de Junho de 1967 entre Israel e os Estados árabes de Síria, Egito e Iraque. Durante a guerra, Israel ganhou o controle da Cisjordânia e toda Jerusalém. Em 1988, a Jordânia renunciou todas as reivindicações sobre a Cisjordânia, mas reteve um papel administrativo sob uma colonização final, e o tratado com Israel permitiu a continuidade do papel jordaniano nos lugares sagrados dos muçulmanos em Jerusalém. O governo dos EUA considera a Cisjordânia como um território ocupado por Israel e acredita que o estado final seja determinado através de negociações diretas entre as partes nas bases das resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU.
A Guerra de 1967 trouxe um dramático aumento do número de palestinos vivendo na Jordânia. A população de refugiados – 700 000 em 1966 – cresceu com outros 300 000 da Cisjordânia. O período que após a guerra de 1967 viu um aumento no poder e importância dos elementos da resistência Palestina (fedayeen) na Jordânia. Os fortemente armados fedayeen constituíram uma crescente ameaça à soberania e segurança do estado Hashemita, e a luta aberta eclodiu em junho de 1970.
Outros governos árabes tentaram contribuir para uma solução pacífica, mas em Setembro, a continuidade das ações fedayeen na Jordânia obrigou o governo a tomar uma ação para reaver o controle sobre sua população e território. Na luta pesada seguinte, uma força de tanques sírios tomou posições no norte da Jordânia para apoiar os fedayeens, mas foi forçada a recuar. Em 22 de setembro, ministros do exterior árabes reunidos no Cairo conseguiram um cessar-fogo começando no dia seguinte. Violências esporádicas continuaram, entretanto, até que as forças jordanianas obtiveram uma vitória decisiva sobre os fedayeen em Julho de 1971, expulsando-os do país.
Nenhuma luta ocorreu ao longo da linha do cessar-fogo do Rio Jordão de 1967 durante a guerra árabe-israelita de Outubro de 1973, mas a Jordânia mandou uma brigada para a Síria para lutar contra as unidades israelenses. A Jordânia não participou da Guerra do Golfo de 1990-91. Em 1991, A Jordânia aceitou, juntamente com representantes da Síria, Líbano e Palestina, participar de negociações de paz diretas com Israel mediadas por Estados Unidos e Rússia. Foi negociado o fim das hostilidades com Israel e assinado um tratado de paz em 25 de Julho de 1994. Desde então, a Jordânia procura ficar em paz com todos os seus vizinhos.

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