"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

China – História – parte V: República Popular da China

(1949 – 1970)

Primeiras reformas

Os primeiros anos do novo regime comunista foram voltados para a reconstrução do país. O primeiro passo foi atender ao consenso formado pelos moradores do campo, a reforma agrária. Além disso, o controle pelo Estado da economia foi implantado e a inflação foi controlada, a poligamia foi proibida e os direitos sindicais foram ampliados.

Em 1950, Mao Tsé-Tung se alia à União Soviética, integrando-se à Guerra Fria. Tropas chinesas chegaram a participar da Guerra da Coréia em 1950 e 1951, ao lado da Coréia do Norte, contra os Estados Unidos e a Coréia do Sul. Em 1950, a China ocupou e anexou o Tibete ao seu território.

A aliança com a URSS foi importante para outras partes da economia e um plano qüinqüenal foi adotado nos moldes soviéticos. A China recebeu bastante ajuda soviética: dinheiro, armas, tecnologia, engenheiros, médicos e pesquisadores. Os chineses tentavam construir o socialismo de acordo com as receitas da URSS. Foram criadas cooperativas rurais e fazendas do Estado, milhões de adultos aprenderam a ler e escrever, e a indústria pesada foi priorizada o que a fez ter um crescimento razoável.

A partir de 1952, com enormes manifestações operárias de apoio ao governo comunista, grandes empresas foram expulsas pelo Estado; pouco a pouco já não havia mais burgueses na China.

Políticas adotadas

Após a morte do ditador soviético Josef Stálin, em 1953, o PCC mostrou autonomia em relação à URSS. Em 1956, lança a Campanha das Cem Flores, para estimular os debates públicos e diminuir o poder da burocracia partidária. Mao Tsé-tung disse: "Que cem flores desabrochem , que cem escolas compitam". As críticas foram maiores do que era esperado. Os camponeses e operários reclamavam que não tinham mais atenção. Alertava-se contra o crescimento do poder do Partido e sua burocratização. Preocupado com a estabilidade, o PCC censurou as críticas reagindo com a Campanha Antidireitista e milhares de intelectuais são perseguidos, presos e mortos.

Em 1958, foi adotada a política do Grande Salto Adiante, com o slogan "três anos de esforços e privações, mil anos de felicidade" e os planos qüinqüenais foram deixados de lado, voltando a atenção para a agricultura. O projeto tinha a ambição de transformar a China em uma potência econômica e igualitária em um tempo muito curto.

Para isso foram exigidos grandes esforços á população, cargas de horários diárias de dezesseis horas por dia para conseguir níveis de produção sobre-humanos. Foram criadas as grandes Comunas Populares, grandes fazendas com autonomia financeira, grande igualdade de salários, com escolas e hospitais gratuitos e também oficinas e pequenas fábricas. Eram espécies de pequenas comunidades distribuídas pelo país.

No entanto, o projeto do Grande Salto foi um fracasso. Boa parte dos hospitais e escolas rurais não puderam se sustentar por falta de recursos. A indústria pouco se desenvolveu. Portanto, em 1966, essa política foi abandonada. O grande salto em frente resultou numa grande fome que no espaço de um ano matou cerca de quinze milhões de pessoas.

Em 1959, Mao Tse-Tung é afastado do poder pelo PCC pelo fracasso do último projeto. Liu Shaoqi é escolhido presidente em Abril de 1959. Tse-Tung, porém, continua tomando decisões em relação à política externa do país, intensificando as criticas à URSS.

A partir de então, foram surgindo as primeiras evidências do conflito entre os chineses e os soviéticos. A URSS suspende a ajuda econômica e militar à China. Em 1960, chegam a acontecer violentos incidentes militares, nas fronteiras desses países.

Já desde 1959, Shaoqi, presidente do país, e os dirigentes partidários favoráveis a uma política econômica mais tradicional, disputavam poder com Mao Zedong (Mao Tse-Tung).

Em 1966, se inicia um período de intensos conflitos políticos e ideológicos. Então Mao Tse-Tung, para consolidar sua influência no partido e no governo, lança a Grande Revolução Cultural Proletária. A Revolução Cultural teve grande repercussão na vida chinesa e causou desordem no país por um bom tempo. Fora do país foi inspiração para outros movimentos radicais.

1971 a 1983 - Disputa pelo poder

Em 1971, Lin Piao morreu causando a perda do grande poder do exército. A partir de então, duas correntes prevaleceram: a dos centristas liderados por Zhou Eniai e pelo vice-primeiro-ministro Deng Xiaoping; e a dos radicais liderados por Jiang Qing, esposa de Tse-Tung, e pelo grupo de Shanghai, mais tarde conhecido por “Bando dos Quatro”.

Ainda em 1971, a China se aproximou diplomaticamente dos Estados Unidos. Quando a URSS ocupou o Afeganistão em 1979, a China aliou-se aos EUA para fornecer armas para os guerrilheiros muçulmanos afegãos que combatiam os ocupantes soviéticos. A melhora das relações internacionais com a China não parou nesse fato. Em 1971, a China Popular entrou para a ONU e Taiwan, ao contrário, foi excluída da mesma.
A morte de Zhou En Lai, no principio de 1976, traz o inicio da crise política novamente. Hua Guofeng torna-se primeiro-ministro e com a morte de Mao Tse-Tung, Hua e o PCC, fizeram campanha contra os radicais que foram presos e condenados à morte, porém a pena foi comutada para prisão perpétua.

Em 1978, o desenvolvimento econômico foi colocado como prioridade e uma nova política, a das Quatro Modernizações – indústria, defesa, agricultura, ciência e tecnologia – foi adotada.

Em 1982, foi estabelecida a nova Constituição e Li Xiannian foi eleito presidente da República no ano seguinte.

 

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