"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

segunda-feira, 8 de março de 2010

China – Nanquim - História

Nanquim é outra daquelas cidades cheia de história, está sendo habitada há quase 5.000 anos, foi capital do Império e da República da China.

No entanto, dois fatos históricos importantes me chamaram muita atenção, e é somente neles que vou basear meu post sobre a história de Nanquim, não que o resto não seja relevantes, porém o ‘Tratado de Nanquim’ e o infame ‘Massacre de Nanquim’ são mais marcantes.

“O Tratado de Nanquim”

O Tratado de Nanquim foi um tratado firmado entre a China da Dinastia Manchu e a Grã-Bretanha em Agosto de 1842, que encerrou a primeira das Guerras do Ópio.

É considerado o primeiro dos "Tratados Desiguais" ou "Tratados Iníquos", firmados entre a China Qing, o Japão Tokugawa e a Coréia Chosun com as potências industrializadas ocidentais, entre meados do século XIX e o início do século XX.

O diploma continha doze artigos, entre os quais destacam-se:

§ Artigo 2º - Determinava a abertura de cinco cidades chinesas -Cantão, Fuzhou, Xiamen, Ningbo e Xangai - para a moradia de súditos britânicos, além da abertura de consulados nessas mesmas cidades.

§ Artigo 3º - A possessão de Hong Kong por tempo indeterminado pela rainha Vitória e seus sucessores.

§ Artigo 6º - Indenização pelos custos da guerra em um valor de 21 milhões de dólares.

Legado

As cláusulas do tratado foram analisadas por outras potências ocidentais, entre elas a França e os Estados Unidos da América. Este último assinou, posteriormente, o Tratado de Wanghia, seguindo o modelo britânico.

Um dos maiores legados do tratado foi o estabelecimento da colônia britânica de Hong Kong, que, apenas em 1997 voltou a ser território da República Popular da China.

“Massacre de Nanquim”

O Massacre de Nanquim (Nanjing, em chinês), comumente conhecido como o Estupro de Nanquim, foi um crime de guerra genocida cometido pelo exército imperial japonês em Nanquim, então a capital da República da China, após a cidade ter sucumbido ao ataque japonês no dia 13 de dezembro de 1937. Não há um consenso sobre a duração do massacre, embora a violência tenha perdurado por seis semanas, até o início de fevereiro de 1938.

Durante a ocupação de Nanquim o exército japonês cometeu numerosas atrocidades, como estupros, saques, incêndios criminosos e a execução tanto de prisioneiros de guerra como de civis. Embora as execuções tenham começado sob o pretexto de se eliminar soldados chineses disfarçados de civis, afirma-se que um grande número de inocentes foi identificado intencionalmente como combatentes inimigos e executados depois que o massacre ganhou força. Inúmeras mulheres e crianças também foram mortas, à medida que os estupros e assassinatos se espalharam.

De acordo com o Tribunal militar internacional para o Extremo Oriente, "estimativas feitas em uma data posterior indicam que o número total de civis e prisioneiros de guerra assassinados em Nanquim e em suas proximidades durante as primeiras seis semanas de ocupação japonesa foi de mais de 200.000.

Sabe-se que as estimativas não são exageradas pelo fato de que diversas sociedades que prestavam serviços como enterros e outras organizações contaram mais de 155.000 corpos. A maioria deles, relatou-se, estavam com as mãos amarradas atrás de suas costas. Estes números não levam em conta os corpos que foram destruídos pelos incêndios, jogados no Rio Yang-Tsé, ou eliminados de outra maneira pelos japoneses.

A dimensão real das atrocidades ainda é debatida entre a China e o Japão, com números que vão desde as alegações japonesas de diversos milhares, à alegação chinesa de uma contagem de mortos não-combatentes de 300.000.

Muitos pesquisadores japoneses considera que entre 100.000 e 200.000 seja um número aproximado.

Outras nações costumam considerar o número de vítimas como sendo entre 150.000 e 300.000. Este número foi promulgado pela primeira vez em janeiro de 1938 por Harold Timperly, um jornalista na China durante a invasão japonesa, baseado em relatórios de testemunhas contemporâneas. Outras fontes, incluindo o livro O Estupro de Nanquim, de Iris Chang, promovem o número de 300.000 como a real cifra de mortos. Além disso, em 12 de dezembro de 2007 documentos recém-liberados pelo governo americano revelaram uma contagem adicional de cerca de 500.000 na área ao redor de Nanquim, antes que a mesma fosse ocupada.

As informações da duração do massacre de Nanquim não são exatas, mas acredita-se que ocorreu de dezembro de 1937 a fevereiro de 1938, segundo relatos de sobreviventes, documentários e manuais de escolas públicas chinesas.

As informações sobre o massacre de Nanquim não são mencionadas nas escolas públicas japonesas por determinação do governo. Os motivos nunca foram esclarecidos ou questionados por autoridades internacionais, provocando instabilidade em relações diplomáticas entre os países da Ásia.

O governo americano negociou a liberdade de muitos criminosos de guerra em troca de informações, documentos e a própria família imperial foi beneficiada com a negociação. O imperador Michinomiya Hirohito não foi punido com a pena de morte e alguns membros da família imperial também foram beneficiados com a negociação entre autoridades japonesas e norte americanas.

Quem quiser saber mais sobre o massacre, recomendo o filme ‘Namquim’, mas já aviso que as cenas são pesadas, muitas são filmagens da época.

2 comentários:

  1. Triste historia.
    Bom passeio pra voces.
    tadeu

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  2. É impressionante como toda as sociedades são capazes de promover genocídios. Faz reavaliar o chamado "radicalismo" dos árabes. Pois japoneses, alemães, americanos, russos, chineses, ingleses, espanhóis, portugueses e tantos outros sempre se viram em situações semelhantes ao longo da história. Que tipo de educação será capaz de fazer o cidadão se rebelar contra o próprio governo em nome do mínimo de humanidade?
    Ricardo

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