"Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular"

segunda-feira, 29 de março de 2010

Nepal - História

A pré-história do Nepal não é clara até o século VIII a.C.. A lenda conta que o Vale de Kathmandu foi nas suas origens um belo lago no qual flutuava a flor de lótus da qual emanava uma mágica luz. O patriarca chinês Manjushri decidiu, ante tanta beleza, drenar a água do lago para que a flor pousasse no solo e utilizou sua espada para cortar a parede que fechava o vale e permitir que a água saísse. No lugar que o lótus pousou, o patriarca construiu um templo, a estupa de Swayambhunath e uma pequena aldeia de madeira denominada Manjupatan. Se desconhece se esta lenda contém alguma verdade. Mas o certo é que os geólogos comprovaram que o vale já foi coberto de água.

No século VIII a.C. aparece a cultura Kirati com a invasão destes povos que fundaram no vale um reino no qual governaram 28 monarcas.Depois vieram os Lichhavis, procedentes da Índia, que reinaram desde o século IX ao XII d.C.. Seguidos pelos Takuris e pela Dinastia Gupta, que conseguiu fazer deste país um reinado independente. Do século XIII ao XVIII subiram ao poder os Mallas que consolidaram a hegemonia do Nepal. A meados do século XIX, Jung Bahadur Rana tomou o poder assassinando o monarca legítimo, pondo em seu lugar um testa de ferro nomeado por ele, constituindo o cargo hereditário, que governava sob o título de Primeiro-ministro Rana. Os Rana governaram o Nepal durante um século até que em 1940 uma revolta popular acabou com esta ditadura.

Em 1951 regressa ao Nepal o rei Tribhuvan Bir Bikram que falece quatro anos depois e é substituído por seu filho Mahendra Bir Bikram Shah. O país ingressa na Organização das Nações Unidas. Em 1959 se promulga uma nova constituição, e celebram-se as primeiras eleições do país na que vence o Partido do Congresso. Todavia, um ano depois, o monarca acaba com a incipiente democracia declarando ineficaz o sistema parlamentar. A partir de 1961 proclama-se um sistema de democracia dirigida sem partidos políticos. Em 1972 morre o rei e é sucedido por seu filho Birendra que continua com a mesma política de seu pai. Em 1980 uma consulta popular ratifica o poder do rei desprezando a democracia parlamentar.

Em 1983 o rei nomeia Nepal como estado de paz e recebe o respaldo de 37 países que em 1988 serão já 97 países, com exceção da Índia e Moscou, que não reconhece esta zona de paz.

Em 1990 o rei dissolve a Assembleia e se forma um novo governo com K.P. Bhattaral como primeiro-ministro. O monarca apresenta uma nova constituição na que se estabelece a democracia multipartidarista. Em 1994 continua como Chefe do Estado o rei Birendra Shah e como chefe de governo que dirige a nação, Mohan Adhikari.

A 1 de Junho de 2001, o príncipe herdeiro Dipendra irrompeu numa fúria assassina pelo palácio real, revoltado pela recusa dos pais em aceitar a sua escolha de vida. Matou os seus pais, o rei Birendra e a rainha Aishwarya, vários primos reais, antes de disparar contra si próprio. Mas sua tentativa de suicídio falhou e, embora em estado de coma, foi proclamado rei (de acordo com a tradição nepalesa) na sua cama de hospital. Morreu horas depois. Em consequência, o seu tio (irmão de Birendra) Gyanendra foi proclamado rei a 4 de Junho.

Em 24 de dezembro de 2007, os partidos políticos do país, incluindo os governistas e os poderosos ex-rebeldes maoistas, colocaram-se de acordo para abolir a monarquia a partir do primeiro semestre de 2008, com a nova constituição.

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